A razão e a loucura
_ Oi quem é você?
_ Sou você.
_ Vai a merda, eu não sou louca.
_ É sim e sabe disso, mas fica aí com essa história de quem se acha louco não é, só po ter pensado ser. Como se pensar ou dizer algo fosse capaz de desconstruir o real– fala com uma voz dura, continua – Você se acha louca, é louca e vai parar em um manicomio ainda.
_ Não me irrita, não vou e mesmo se for o manicomio é um lugar muito valioso.
_ Valioso? HA HA HA – riu escandosamente, com visível intensão de agradir – Você anda lendo muito aquele tal de Augusto Cury.
_ Mas o que é isso? – a outra fala com uma voz firme, ou fingindo ser, com a frase curta era impossivel saber se de fato ela não estava a tremer – Não te perguntei nada – na segunda frase havia tremor.
_ Admita suas dúvidas sua mediocre.
_ Pare de me offender.
_ Não é ofensa, isso é apenas uma constatação. Sinto dizer-te, aliás sinto nada, nada posso sentir, mas você está indo para lugar algum. Enquanto ficar só sonhando e falando abobrinhas de conexões ali e aqui, simplesmente está parada no nada, ou pior no limbo, escorregando no lindo verde. Porque – faz uma longa pausa – Adeus.
_ Como adeus? Agora adeus?
_ Vou me esconder da morte antes que seus sonhos me matem.
_ Eu não estou sonhando.
_ É verdade, está delirando. Me chame quando acordar, talvez eu ainda possa ajudar.