Na Rua do Catete
Não viu porque é trouxa, otário e babaca que cai em conto do vigário, fala além de papagaio e matraca.
É, minha visão anda memso ruim, vejo ameixa em um amendoim.
Deixa prá cá, para melhorar, a foto de tua mulher, tua? Nem se sabe
quem é, se boneca ou se mulher.
Pode ser, mas não é para qualquer Mané ou João, é minha, teu é só
o fracasso, melhor beijar a boneca que descabelar o palhaço!
Não viu porque é trouxa, otário e babaca, fala amém pro papagaio e
chama de loro o vigário, para voce mulher é o diabo, quando anda com
uma, é de alcova, vai passar amão na escova e pega firme no cabo!
Vê lá, já se espalha fama, aqui no Catete tem até enquete para saber se a companhia é dama ou valete.
A visão bem esperta se chega tua patroa ninguém nota, mesmo com
a visão incerta sinto o cheiro da xoxota!
Deixa prá lá, meu irmão, sempre te passaram a mão. O que?
Passaram a mão na tua bunda e no bolso, de fato é babaca que
aceita nota de três nem é Matraga, sem hora, sem vez,, voce é
matraca que faz dó, lava roupas com jaca e chupa picolé de sabão em
pó! Ô dó!
Como é?
Todo bairro sabe que é voce o mané tirando foto de calcinhas no varal, aos domingos vai à missa e tua esposa farsante não passa de bacante noite dia na bacanal!
Talvez! E tu, lá em Sampa,, de cara cheia, na Bela Vista, dançando axé na saúna mista usando sunguinha de crochê, fazer o quê?
Pediu silêncio? Para que ninguém me ouça e lance risinhos de auditório como michês de mictório, disbaratina, disfarça, levanta o
tronco, camisa, manga e gola, vê se não me amola toda galera tá
ligada que voce rebola.
Já vi, porém toda sua malandragem cabe em minha sacola e truxa é voce que nem boneca descola, não conhece perereca nem pelo faro,
desconhece a trilha.
Voce que não viu!, anda sem lente, diz tudo sem garantia e com a
parca memória que tem não revela a ninguém que casei com tua filha!
Não viu porque é...