É CADA PERGUNTA!?...
Ontem, como sempre,
Despreocupado estou a caminhar,
Pela avenida até a praça chegar.
Como ando cantando, feliz,
Sorrindo e com todos brincando,
Alguém se acerca e vem me perguntar:
- porque não envelheço,
E deixo de o menino querer bancar?
Pois ele nunca viu alguém assim
Pelas ruas de Torres, feliz a passear.
Respondo que me sinto adaptado
E absorvo a paixão que sinto no ar,
E que se ele notasse melhor, veria,
Muitos como eu, alegres a assobiar
Como se uma valsa estivesse a dançar.
- poxa mas te olha no espelho,
Já não és mais jovem! Para assim andar.
Digo a ele que o meu espelho
São os olhos do bem querer, e,
Vejo-me espelhado, amado, em cada criatura
Que com ternura vem me envolver.
- mas sempre te vejo sozinho,
Como podes ser feliz, se aqui em Torres,
Ainda não encontrastes
E carinhos não tens para desfrutar?
Tenho, replico, todos que me conhecem
E que de uma forma ou de outra
De mim vem a gostar, fazem,
O meu coração de amor transbordar,
Agora, meus segredos sentimentais,
Desculpe-me, mas estes não vou te falar,
Só te digo que amo, amo com fervor,
Mas a ser correspondido, são mistérios
Que busco a decifrar, neste jogo,
Que às vezes nos causa tanto amargor
E enquanto não os decifro,
Espero o meu verdadeiro amor!
Assim vivo feliz, canto,
E com todos eu brinco,
Pois de nada adianta
Andar chorando de dor!...