O EU! E MEU CORAÇÃO.

Brigam,

O Eu! E meu coração

Em uma guerra íntima,

E fazem de minha vida

Uma tortura e muita confusão.

Diz o Eu: que é inútil a minha busca,

Esta ânsia a procura de alguém,

Que é melhor deixar como está

Porque mais tarde poderei

A dor e o desprezo lamentar.

Com desdém, sorri o coração;

Eu te acompanho pelas ruas de Torres,

Vejo tantas belezas, tantas catitas bonitas

Que me recuso a acreditar

Como podes viver solitário

Sem ter ninguém para amar?...

Com sensatez, retruca o EU:

Também, para quê, se estas bem assim

Sozinho e tranqüilo

Mas este bobo e trapalhão insiste em se apaixonar,

E em cada paixão, ele faz lágrimas dos olhos rolarem.

O Eu manda que siga, para que a vida complicar?

Se depois do amor,

Simplesmente viverás triste a penar!...

Bate forte o coração e reclama;

Que não existiu ainda nada de mais prazeroso

Do que um toque nos lábios,

Um beijo delicado e com calor,

As mãos entrelaçadas,

aquela corrente que percorre o corpo

Vibrando nas emoções do amor.

Que fazer deste meu Eu e de meu pobre coração,

Que vive estraçalhado nas angústias loucas da paixão?

Indignado, responde o coração:

Tu saberás ao escurecer os teus dias,

que findando o sopro da vida

Implorarás um sincero carinho

E findarás na mais negra solidão,

Verás que de nada vale

Chorar e pedir perdão.

Portanto esqueça este Eu

E suas reflexões descabidas,

Sem a menor noção.

Procure aquela que te faz feliz

E que não pretende nunca magoar

Este tolo, mas brando e doce coração.

Elio Moreira
Enviado por Elio Moreira em 14/01/2009
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