Ônibus
Certamente você já passou por uma experiência de andar num ônibus lotado. Curitiba tem o paradigma do que chamamos de transporte público, entretanto a realidade dentro dos ônibus é a mesma em qualquer lugar.
Primeiro começa com a fila de espera, dezenas, centenas de pessoas esperando o “expresso alegria” chegar. Quando as portas se abrem, a cavalaria toma conta, quem quer entrar não consegue, quem quer sair desiste. Sempre tem alguma pessoa que fala como se fosse pra si mesma – aguarde o desembarque – sendo que quando entrou no ônibus não fez a mesma coisa.
Se entrar é um sacrifício imagine permanecer dentro dele. Alguns levam a sorte e conseguem segurar no braço ou na cabeça da pessoa mais próxima. Outros ficam rezando para que nas curvas o ônibus não vire com tanta intensidade. Os que possuem a estatura baixa são os que passam os maiores apuros. Geralmente ficam próximos da porta onde coincidentemente todos os outros passageiros também preferem ficar. Agüentam o mormaço verde que sai debaixo das axilas de alguns trabalhadores, a maior parte deles construtores civis, ou o sabor de bafo matinal saindo pelo orifício bucal.
E não podemos esquecer o pior e mais desastroso efeito moral dentro dos ônibus, o flato. Alguns pensam – melhor pra fora do que pra dentro – e o nosso nariz que agüente. Cinicamente os que liberam esse gás são os primeiros a reclamar – mas que pouca vergonha, tem gente que não tem educação mesmo, esses jovens de hoje – e assim chegam todos contentes ao local de destino, para mais tarde enfrentarem uma nova batalha que os nossos dias, ou os ônibus, nos reservam.