MadoNa não é MadoNNa
Baixou aqui nos solos brasileiros a musa, a diva, a poderosa, a única e pobretona Madonna. E, como dizem, já chegou chegando. Nada estava bom para ela. Se não fosse na suíte presidencial, uma mísera suíte, no último andar, ela não dormia. Para realçar a sua beleza, as paredes do quarto deveriam ser espelhadas e com espaço suficiente para ensaiar as suas coreografias pirotécnicas. Para comer, somente frutos do mar, desde que fossem com escamas e barbatanas. Onze caixas de morango não bastavam, havia de ser doze, sempre. Carne brasileira não passava nem na rua, somente as trazidas de Nova Iorque e Londres. Para o seu entretenimento abusou do poder de Ipod’s, Mp3, Mp4, Mp5, Mp50 e aí vai. Ao locomover-se nas cidades cariocas, ela encomendou seis carros, destes, um era para ela e os outros cinco para seus seguranças. Agora eu me pergunto, para quê? Eu durmo no meu colchão torto, com uma das tabuazinhas quebradas, numa boa. Uso aqueles espelhos com as bordas laranjas para pentear-me. Danço na minha sala, batendo na estante e no sofá, mas mesmo assim eu danço. Como pão com ovo e carne móida, e acredite sou mais magro que ela. Morango só no picolé. Ouço minhas K7 sem nenhum problema e pego lotação todos os dias e mesmo assim não reclamo. Esse povo do norte é cheio de frescura mesmo. Não é qualquer Madoninha por aí que tem esse privilégio.