O CAUSO DO BURRO.
Um gago morava em Belo Horizonte na avenida Getulio Vargas. Uma certa manhã ao sair de casa deparou com um burro morto em frente à sua casa. Então, ligou para a SLU, o Serviço de Limpeza Urbana da Prefeitura...
— É do... do... ser... vi... vi... ço... de... lim... lim... pe... pe... za... da... da... pré... pré... fei... fei... tu.. tu.. tu.. ra?
— Sim, meu amigo! Qual é o seu problema? — perguntou o funcionário.
— Um... bu... bu... rro... mo... mo... rreu... na... fren... fren... te... da... da... mim... ha... ca... sa...
— Diga o endereço para que possamos buscá-lo!
— É... Ave... ave... ave... ni...ni... da... Aveni... da... Ge... ge... ge... ge... tu... tu…tu...
— Qui... Ge... ge... ge... tu... tu... tu... o quê! — gritou o funcionário impaciente, desligando o telefone.
Depois de alguns minutos o telefone toca novamente.
— É... da... prefei... tutu... ra?
— Sim! É da prefeitura! Serviço de Limpeza Urbana!
— Um... bu...bu...bu...rro... mo...re...re...reu...
— Eu sei! Um burro morreu na rua de sua casa... mas me dê o endereço e pára de gaguejar, pô!
— Ave… ave... ave... ni…nida… Ge… ge...ge… tu…tu…tu…
— Vá fazer hora com outro! — gritou o funcionário impaciente desligando o telefone.
Nisso seu chefe se aproxima e indaga o que está acontecendo:
— É um idiota que fica ligando para cá... dizendo que um burro morreu na rua dele e fica gaguejando o tempo todo e não me fala o nome da rua direito... fica só dizendo Ge... ge... ge... tu... tu... tu...
— Você é pago para tender bem as pessoas! Quando ele ligar para cá, tente ajudá-lo... Quando ele disser... Ge... ge... ge... tu...tu... tu... emende... diga Getulio Vargas, ora! Os contribuintes devem ser bem tratados. Senão seu emprego vai pelos ares — vaticinou seu chefe.
Cinco horas depois o telefone toca:
— E é da pré...prefeitura! — disse o gago, tentando conter sua raiva e falar o mais corretamente possível.
— Sim... meu amigo... é da prefeitura... Serviço de Limpeza Urbana... às sua ordens...
— É um bu.. rro...
— Eu sei... um burro morreu na sua rua... vamos tirá-lo daí... me diga o endereço corretamente... — disse o funcionário mais educadamente.
— É Ave... ave... ave... nida...
— Avenida Getulio Vargas! É isto — emendou o funcionário.
— Afon...afon... Afonso Pe... pe... pe... na... Afonso... Pena!
— Como Avenida Afonso Pena! Tem duas horas que o senhor tá gaguejando no meu ouvido Ge... ge... ge... tu...tu...tu... Não é Getulio Vargas!
— Era... Mas... mas... ta...ta...va... di...di...ficil... de fa...la...lar... eu...eu... pu...pu...xei... o ... bu...bu...rro... pra... Afon... Afon... so...so... Afonso Pena!
Fim.