Vagabundo Coração !
Meu Coração
É um Vagabundo!
Decididamente
Um Andarilho,
Um Cigano
Viandante,
Um boêmio
Ébrio,
Um beija-flor,
Renitente,
Incorrigível !
Não é que
O fia-da-puliça,
Irresoluto,
Tanto oscila,
Tanto pula,
Tanto vaga,
Tanto pendula,
Que alcança
Ter vários Amores,
E até cantá-los,
Simultaneamente !
Sofrendo perplexo
Da ambigüidade,
Indecisão,
Provocando iras
Ciumentas,
Ciosas
Tormentas
Belicosas,
Que se abatem
Sobre mim
Em cobranças
Raivosas !
A mim
Não me compete
Julgar-me:
Pela janela olhar
Pra me ver passar.
A mim
Não me importa,
Pois não me cabe,
Os cálculos,
As regras,
Os critérios,
Os paradigmas,
Frios e imparciais,
Dos analistas-juízes.
E sim,
Apenas,
Expandir-me,
Expressar-me:
Exprimir-me,
Comunicar-me !
---Gabriel da Fonseca.
---Às Amigas Amadas; À ADORADA eSTrELA ! ; Kurita Makinaímika (PR), 0515; 13/03/07; posteriormente soube de uma canção de Caetano Veloso com esse mesmo título; talvez seja interesante comparar os versos.
Gabriel da Fonseca
Publicado no Recanto das Letras em 15/12/2008
Código do texto: T1337376
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