Psicotécnico e Dumont
Notícias dos vôos semanais: País inteligente suspende a venda e o uso dos testes psicológicos como instrumento de avaliação do comportamento de milhões de pessoas. Mais conhecido pela alcunha de “psicotécnico” o método pavloviano de adestramento para cargos, em diversos setores, está sob a ótica da não confirmação científica; basicamente no que diz respeito à ação discriminatória em seres humanos, para as exigências do cargo. São pegadinhas visando à acuidade mental, outras atestando equilíbrio, indo a labirintos de pontos ou elefantes melificados com giz de cera atrás de um rumo. Milhões de pessoas voltaram para casa um dia, graças a esta prática, com a sensação de que os exaustivos estudos nada valeram. Bombardeados na linha que deveria ter sido ponto entre paralelas. Em psicologia tornou-se a vaga ideal para estudantes da alma. Para cavar fundo o crachá que mora na cara de cada um dos proponentes a vaga.
Um país inteligente precisa de vagas. O reino colonial das adaptações definirá o perfil. Falar em competência de análise ultrapassaria os limites da filosofia. O tempo da dinâmica, do estágio, poder-se-ia destacar como certíssimo até surtir o semblante da senhorita Fênix em momento de silenciosa e profunda reflexão. Diante dela, mas além da razão, aponta-se para o silencioso e submisso conjunto de frágeis desempregados. Desempregados que saem de táxi para o consultório, após vários dias de trabalho, para o ciclo de avaliação mental. O que aconteceria se alguém chegasse da rua e gritasse: três mais dois são sete? Como você agiria? Diante de mulher nua. Primeira opção: indiferença de anjo barroco. Segunda opção. Fecharia os olhos. Terceira opção: chamaria um médico.
Existem países onde certos vocábulos como escola, universidade e até o verbo “estudar” revela um forte elo com o trabalho. Sem nenhum resíduo. O cidadão está desempregado? O estado paga o devido com as riquezas nacionais buscando assim os melhores profissionais. As empresas esquadrinham pessoas qualificadas nessas universidades. Quando os candidatos não se encaixam, retornam a bolsa de estudo. Retornam as firmes bases educacionais de um estado saudável sem especuladores. Pronto. Sem desemprego, sem conceito de idade ou cota. Bolsa que permite viver com elegância de país civilizado. O rigor da idéia flui para o melhor. Acontece, porém que precisamos medir como funcionamos no setor do estresse. Friamente máquinas de trabalho sem instrução prévia não operam com qualquer uma das alternativas. Falar em competência de análise ultrapassaria os limites da filosofia. Santos Dumont seria reprovado na experiência com o teste-psicotécnico. Einstein também. Ninguém poderia chamar um caso desses como um fato qualquer: reprovamos o Sr. Dumont e o Sr. Einstein num legítimo processo de seleção natural! De maneira que sobre o patamar elevado de riqueza, permanece no país civilizado, um pacto, um compromisso, um patamar para criações de novos empregos de acordo com o nível de enriquecimento individual. O desemprego não assusta. Aliar a educação ao mundo da mão-de-obra com capital, modifica o curso dos termos. É diferente de se ter como mão-de-obra para obtenção do direito a vida pelo capital.
O bom gosto é uma forma típica de riqueza. É uma grande referência para avaliação. Reprovado no teste-psicotécnico qualquer um tem o direito ao seu momento ranzinza! Até onde sabemos tudo? Onde estão as oportunidades? Serão os cabelos brancos? As espinhas no rosto? A calvície? Sem psicotécnico haverá mais Dumont.