Vai esperando lindinho que o deixarei sentado para
não se cansar.
Não duvido dos seus gritos de amor solto no mundo
somente o desconheço.
Você bem sabe que quando você corre eu corro de
você.
Fico sentadinha vendo a vida passar, brincando de te
amar.
Nesta brincadeira farpas lascam e nos lasca.
Mas o que são inconvenientes diante da persistência
humana que enxerga somente o que se deseja.
Passamos tanto tempo sentados a espera e delegan-
ao outro o que deveriamos fazer por nossos méritos.
Que quaisquer sentimento que nos da a ilusão de ter-
mos o poder sobre o outro declaramos amor.
E neste faz de conta, eu faço conta que sou feliz e
vivo na fábula.
Esperando que o sapo deixe de ser e que o príncipe
se materialize e realize meus desejos.
Existem tantos sentados no banco da vida e sempre
a mais um lugarzinho a aqueles que chegam sorratei-
ramente.
Que ninguém se importara em ceder um espacinho.
Sentadinha embalando os medos com carinho vamos
deixando a vida passar, recolhendo migalhas como
preciosidades.
Depois choramos por ninguém nos compreender e nos
amar como sonhavamos.
E sentadinha no banco da vida vou fugindo da felici-
dade e dizendo que o responsável é o mundo.
Mais fácil do que assumir minha covardia e me liber-
tar de você.
E assim passo a vida sentadinha no banco das ilusões.