Vai esperando lindinho que o deixarei sentado para
       não se cansar.
       Não duvido dos seus gritos de amor solto no mundo
       somente o desconheço.
       Você bem sabe que quando você corre eu corro de
       você.
       Fico sentadinha vendo a vida passar, brincando de te
       amar.
       Nesta brincadeira farpas lascam e nos lasca.
       Mas o que são inconvenientes diante da persistência
       humana que enxerga somente o que se deseja.
       Passamos tanto tempo sentados a espera e delegan-
       ao outro o que deveriamos fazer por nossos méritos.
      Que quaisquer sentimento que nos da a ilusão de ter-
      mos o poder sobre o outro declaramos amor.
      E neste faz de conta, eu faço conta que sou feliz e
      vivo na fábula.
      Esperando que o sapo deixe de ser e que o príncipe
      se materialize e realize meus desejos.
      Existem tantos sentados no banco da vida e sempre
      a mais um lugarzinho a aqueles que chegam sorratei-
      ramente.
      Que ninguém se importara em ceder um espacinho.
      Sentadinha embalando os medos com carinho vamos
      deixando a vida passar, recolhendo migalhas como
      preciosidades.
      Depois choramos por ninguém nos compreender e nos
      amar como sonhavamos.
      E sentadinha no banco da vida vou fugindo da felici-
      dade e dizendo que o responsável é o mundo.
      Mais fácil do que assumir minha covardia e me liber-
      tar de você.
       E assim passo a vida sentadinha no banco das ilusões.
      
      
     
      
      
      

CAMOMILLA HASSAN
Enviado por CAMOMILLA HASSAN em 05/11/2008
Reeditado em 18/11/2008
Código do texto: T1268180
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