Intimidade de Última Hora

Esta,quem me contou foi meu amigo Luiz Carlos Miele,de quem fui Diretor musical por muitos anos.

Estavam ele e o cantor João Nogueira no “Boteco-teco” em Vila Isabel, assistindo a um show de um artista amigo e no final João Nogueira convidou;Vamos tomar a saideira ali no Petisco da Vila, Miele?

Falou em tomar, o Miele já fica todo animado, né?

Bom era fim de semana e todos os botecos de Vila Isabel estavam lotados, como de hábito;

Uma gorjeta na mão do garçon e rapidinho apareceu lodo uma mesinha que foi colocada na calçada, onde já haviam outras, a deles bem do lado de um ponto de ônibus.

Conversa vai,conversa vem e só chegando garrafa de cerveja(pro João) e copo liso de gelo com uísque(pro Miele, claro;Aliás uma vez perguntei a ele ;_” Pô Miele, eu só te vejo beber Uísque...Vc não gosta de um vinho, uma cerveja... e ele respondeu de bate-pronto:”eu não gosto de bebida não Maestro!e eu incrédulo; como não?

Não gosto de bebida nenhuma, eu gosto é do “PORRE”!) esse é o Miele;

Bom, seguindo com a estória: de repente para no ponto, um ônibus Leblon-Grajaú, que passa pela Boulevard 28 de Setembro;o Chofer, um negão enorme tipo “guarda-roupa-de –casal, com a porta aberta” abriu a porta dianteira do ônibus pra descida de algum passageiro e viu o João Nogueira, o Miele e dúzias de copos e garrafas e não teve dúvidas!

Gritou de dentro do ônibus:”João Nogueira...meu Ídolo!;Mielão, meu chapa,são vocês ao vivo e a cores, mesmo?Não teve dúvidas.

Puxou o freio de mão do ônibus, virou-se pros passageiros que ainda iam pro Grajaú e berrou;”Aí, minha gente;Quebrou o ônibus”!

Desceu rapidinho,puxou uma cadeira,sentou com os dois pediu logo uma gelada e só saiu dali de madrugada pra levar o ônibus vazio pra garagem.

Deve ter dormido no ônibus mesmo,não pelo cansaço,mas pelas cervejas que ajudou a matar...