A GLÓRIA
Entreguei em júbilo meus versos
À hábil e experiente versejador,
Que após a exposição do poema,
Percebeu um silêncio constrangedor.
A platéia esperava o “grã-finale”
E o declamante a reação da massa.
Eu, na primeira fila estava,
A roer as unhas como traça.
Então veio a gargalhada...
Explodiu a alegria geral.
O declamante no palco não entendia;
Eu senti na boca o gosto do fel.
O desespero estampou no rosto.
Veio o impulso forte de fugir.
Muitos braços me abraçaram... e de repente
Dali não conseguia sair.
Levaram-me para o palco;
E o declamante estarreceu.
Perguntou-me ao pé do ouvido:
- Amigo o que aconteceu?
- Não sei! Vamos esperar
O desenlace desta história,
Mas acho que acabei
De alcançar a glória!
Não entendo – disse ele, afinal
Seu poema é uma porcaria!
Se não fosse meu amigo,
Juro que não o leria.
Não se apoquente meu caro...
Quem entende o gosto humano?
Deixe para rirmos juntos
Quando baixarem os panos.
SP/09/2007
Entreguei em júbilo meus versos
À hábil e experiente versejador,
Que após a exposição do poema,
Percebeu um silêncio constrangedor.
A platéia esperava o “grã-finale”
E o declamante a reação da massa.
Eu, na primeira fila estava,
A roer as unhas como traça.
Então veio a gargalhada...
Explodiu a alegria geral.
O declamante no palco não entendia;
Eu senti na boca o gosto do fel.
O desespero estampou no rosto.
Veio o impulso forte de fugir.
Muitos braços me abraçaram... e de repente
Dali não conseguia sair.
Levaram-me para o palco;
E o declamante estarreceu.
Perguntou-me ao pé do ouvido:
- Amigo o que aconteceu?
- Não sei! Vamos esperar
O desenlace desta história,
Mas acho que acabei
De alcançar a glória!
Não entendo – disse ele, afinal
Seu poema é uma porcaria!
Se não fosse meu amigo,
Juro que não o leria.
Não se apoquente meu caro...
Quem entende o gosto humano?
Deixe para rirmos juntos
Quando baixarem os panos.
SP/09/2007