COMO CHAMAR UMA MULHER?

ou MINHA MULHER FOI PROMOVIDA

(cronica de Pedro Galuchi)

----------------------------------------------------------------

Mulher desde a questão da costela é quase sempre o anexo do homem.

Recebe várias denominações legais.

Por exemplo, cônjuge ou esposa quando passa a integrar a relação uxória.

O que é isso?

Não me lembro direito, mas tem algo a ver com casamento.

São chamadas de companheiras.

Muitas odeiam essa alcunha por questões político-partidárias.

Outros chamam de cúmplices.

A entrada de celulares em presídios tem feito com que muitas evitem o apelido.

A eterna parceira.

Não é muito legal. Parece truco... Sinuca.

Chamar de concubina, então?

Nem pensar.

Concubina é sempre a outra.

Nunca aquela que fica em casa.

Tive um vizinho que chamava a mulher dele de tanta coisa que nem é recomendável falar.

Parecia um sítio.

Conheci um columbófilo.

A moça, entretanto, começou a voar em outros pombais e passou a ser chamada como o vizinho acima citado.

O chamamento varia também de acorco com as classes sociais.

Dentro destes parâmetros, tenho a impressão que evoluímos em casa.

Há uns anos quando recebia convite para um churrasco. Convite é maneira de dizer, pois geralmente é rateio, vaquinha.

Enfim, perguntavam: Vai trazer a patroa?

O termo até que tem procedência.

Geralmente ela é quem vive mandando.

E como manda.

O dia inteiro.

Não sei porque insiste.

Nunca obedeço.

Hoje soubemos que estamos melhorando.

Fui confirmar presença num evento e a atendente me perguntou:

Vai trazer sua “senhora”?

Um avanço.

De chefe a senhora.

Viramos gente fina.

Patroa? Senhora?

Hum...

A escravidão masculina continua.

Pedro Galuchi
Enviado por Pedro Galuchi em 17/10/2008
Reeditado em 29/10/2008
Código do texto: T1233416
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2008. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.