DUAS DO VIOLEIRO RENATO ANDRADE

Renato andrade, 1932/2005, Violeiro natural de Abaete, com excelência mundo afora, tinha o hábito de contar piadas ou historias engraçadas em suas apresentações. numa dessas rodas de viola, cheguei a presenciar suas beliscadas na viola em grande estilo no Shopppingo Bahia, aqui em Belo Horizonte. Em programa realizado pela Revista Viola Caipira, O CHORA VIOLA sempre as quartas, de 07:00 ás 10:00 com ótima aceitação. Sempre que podia eu marcava presença e em alguns casos ocupando o palco. A coisa acabou porque o Shppping foi fechado e tentou-se outra coisa meses depois mas não foi adiante, e foi a única chance que tive de ver o violeiro em ação num lugar de fato popular.

Mas voltando as anedotas: Foi no programa VIOLA MINHA VIOLA de INEZITA BARROSO que ele contou essas que refaço abaixo, mas em meu formato, como faço com qualquer piada que ouço para facilitar o entendimento pois afinal tentar entender uma piada e a escrita dela é dificil, dai a minha intenção de torna-la compreensível numa linguagem fácil, contudo, nada que afete o efeito bem humorado, lembrando ser dele o conteúdo naturalmente. E vamos a elas:

Um sujeito perdulário soube que um fazendeiro tinha para casar uma moça nada bela. De olho nas benfeitorias do ruralista foi ter com eles. Ao ser recebido pela moça, esta disse que pai estava no curral, atrás de um bezerro. Não perdeu tempo, dando logo a primeira investida, tentando ser convincente:

- Eu já fui apaixonando logo que te vi, acredita nisso? pois adoro a simplicidade das moças do meio rural.

- É mesmo?

Espanta-se a moça por certo consciente da sua fealdade à mostra pra que quizer ver.

- Assim você me deixai emocionada.

- Aliás, acho romântico uma moça pronta para casar como você em uma fazenda e por isso proponho namoro, com a certeza de promissor casamento.

Fala o interesseiro, ouvindo da moça.

- Que lindo, me dá um beijo?

- Opa. agora não, vai dar sapinho.

Fala o espertalhão escorregando.

- Mas o que acha da idéia do casamento?

- Isso e com o meu pai e ele já entrou pela cozinha. Vá lá falar com ele.

Ele foi sem perda tempo. O velho trancou-se com o pretendente numa sala indo direto ao assunto. Passado algum tempo, a porta abre num rompante: O Perdulário sai apressado sem dar atenção a filha do velho e ela pode ouvir a voz do pai aos brados:

- E faça o favor de não me aparecer mais por aqui seu espertalhão ou vai se haver comigo.

- O que foi pai ela pergunta.

- Ah! nada deixa pra lá. E não deixe esse sujeito entrar em nossa casa.

- Mas pai ele quer casar e casamento está tão dificil por aqui.

- Não quero saber se acha que ele te interessa corre atrás e se entenda direto com ele, mas peloque vi e ouvi, vá por mim, ele não te serve.

A moça correu e conseguiu alcança-lo no pasto indo embora e o detendo perguntou:

- O que houve? Te achei tão animado e me interessei muito com a idéia do casamento.

- Tudo acabado Senhorita, seu pai não aceitou meus termos e agora sou eu que não quero.

- Não quer? e quais são seus termos?

- Separação de corpos e comunhão de bens.

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Um lavorista não teve resultado bom em sua lavoura e precisou vender uma espingara contando para isso com a a ajuda da mulher que era batateira e inadequada para ajudar na venda.

Chegou um interessado que analizando a espingarda perguntou:

- Mas essa espingarda é boa mesmo?

- Se é boa? Olha, eu dou um único tiro com ela em direção àquelas galinhas ali fora e já deito umas três que a mulher vai logo buscar pro almoço, não é mesmo mulher?

- Não sei disso não. - desconversa a mulher desanimando o comprador que saiu de banda.

- Se sua mulher não tem certeza eu e que também não vou ter. ate logo.

O interessado foi embora e o lavorista disse para a mulher com raiva.

- Escuta aqui sua tonta: A banha de fazer comida já acabou, as panelas tudo vazias, seu sabão de lavar roupa já tá fininho e quando eu tento vender a espingarda pra ver se te melhora dispensa você atrapalha tudo? dá seu jeito. De tarde vem um sitiante e você trata de me ajudar ou some logo pro fundo do quintal que eu resolvo sozinho.

- Tá bom, vou te ajudar pode deixar.

- Olha lá hein.

De tarde chega o sitiante pra tratar da venda e a mulher do lavorista numa melhora faz um café novo e se mostra disposta a concordar com o marido ficando por ali mesmo.

- Então seu moço, essa espigarda é boa mesmo?

- Se é boa? te falo sem exagerar que eu pego ela e com um tiro só derrubo uns dois patos né mulher?

A mulher descarrega uma risada indiscreta e fala tentando melhorar as coisas:

- Isso mesmo, moço, e ainda por cima um tatu.

Pacomolina
Enviado por Pacomolina em 16/10/2008
Reeditado em 08/08/2011
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