A CIRIRIQUEIRA DO ENGENHO

A CIRIRIQUEIRA DO ENGENHO

========================

AOS 8 ANOS, JÁ ERA CURIOSA, A PEQUENA "KERODA", FILHA DE IMIGRANTES KOREANOS. ERA MUITO OBSERVADORA, PERGUNTAVA, TUDO. SÔBRE, O QUE PERCEBIA A SUA VOLTA. ALGUMAS, VÊZES, SE CONVENCIA COM AS RESPOSTAS. OUTRAS VÊZES, DUVIDAVA DE QUEM RESPONDIA. E, ASSIM, IA CRESCENDO, ADQUIRINDO, FORMAS E JEITO DE "MOCINHA".

AOS 10 ANOS, SURPREENDEU-SE, AO OUVIR SUA IRMÃ, MAIS CONHECIDA COMO "CIRIRIQUEIRA DO ENGENHO", CHORANDO E GEMENDO, GEMENDO E CHORANDO NO BANHEIRO. PENSOU, TALVEZ, QUE ESTIVESSE TRISTE, COM ALGUMA COISA. E, RESOLVEU, ABRIR A PORTA, PARA AJUDÁ-LA. FOI QUANDO, A ENCONTROU "NUA", DE PERNAS ABERTAS, EM CIMA DO VASO SANITÁRIO. PASSANDO FRENETICAMENTE, AS MÃOS POR TODO O CORPO. OLHOS FECHADOS, GEMENDO, QUASE CHORANDO.

KERODA, INSTANTES ANTES, DO OUTRO LADO DA PORTA, ACHAVA, QUE SUA IRMÃ, TINHA UM MAL-SÚBITO OU UMA TERRÍVEL DOR DE BARRIGA. UMA DAQUELAS ! DEPOIS, DE TER COMIDO, UMA FEIJOADA DE SABADO, ESTRAGADA. E, AO VER A "CIRIRIQUEIRA DO ENGENHO", ASSIM, FICOU, SEM AÇÃO, SEM SABER O QUE FAZER, COM AQUELA VISÃO. NÃO SABIA, NÃO SABIA, O QUE ACONTECIA. SÓ SABIA, QUE SUA IRMÃ NÃO "SOFRIA". DE OLHOS FECHADOS, EM FACE A TANTA LOUCURA, A CIRIRIQUEIRA DO ENGENHO, NEM PERCEBEU, QUE KERODA, HAVIA ENTRADO NO BANHEIRO.

O CHEIRO FORTE DE "BACALHAU", NO AR. GEMIDOS, TRANSFORMANDO-SE EM GRITOS, PALAVRAS DESCONEXAS, CHULAS, SEM-VERGONHA. E, KERODA ASSISTIA, SUA IRMÃ, NUM "BALLET EPILÉTICO" DESESPERADO.

NÃO SABIA, NÃO SABIA, O QUE FAZER. NÃO SABIA O QUE HAVIA. E, AGORA COM CERTEZA. SABIA, SABIA, QUE SUA IRMÃ A CIRIRIQUEIRA DO ENGENHO, NÃO "SOFRIA".

GRITAVA, SE DEBATIA, UIVAVA, BATIA E BATIA, COM A PALMA DA MÃO E A PONTA DOS DEDOS, NAQUELE "TRIÂNGULO SEM BERMUDA" E NAQUELA "FENDA DA PERDIÇÃO". ABAIXO, DO UMBIGO. ALI, ALI MESMO, NA "ZONA DE PERIGO". NESSE, VAI E VEM DE DEDOS E TAPAS. EXTASIADA, FOI DIMINUINDO OS MOVIMENTOS. OS ESPASMOS, FORAM GANHANDO, MAIOR INTERVALO DE TEMPO. DEMONSTRANDO, A SATISFAÇÃO DE LUXÚRIA.

IA, DEVAGAR, ABRINDO SEUS OLHOS, INEBRIADA, BÊBADA DE PRAZER. COM AQUELE, "RÍTMO CIRIRICANTE". DEREPENTE, COMO, SE FÔSSE UM FANTASMA, SAÍDO, NÃO SEI DE ONDE, DESCABELADA. VIU, SUA IRMÃ KERODA NA SUA FRENTE. SOLTOU UM BERRO TÃO ALTO, QUE UM PEIDO, MUITO FEDORENTO, NÃO PODE SEGURAR. ENFESTANDO, ASSIM, MAIS UMA VEZ O AR.

MÃO ESQUECIDA NA "PREXECA", DEDOS EMBRENHADOS NA "TRILHA DA MATA". O QUE FAZER ? QUE EXPLICAÇÕES DAR ? O QUE IRIA FALAR ? QUE HAVIA SONHADO, NAQUELE MOMENTO ?

KERODA, ALI EM PÉ, JUNTO A PORTA, ESPERAVA. SÓ NÃO SABIA, O QUE A CIRIRIQUEIRA DO ENGENHO SABIA. E, AGORA, POR ACASO DESCOBRIA. FUGIR DALI ? NÃO CONTAR NADA, DO QUE TINHA VISTO ? NÃO, NÃO QUERIA ISSO. DESEJAVA MAIS, MUITO MAIS ...

SEM PODER FALAR, PERPLEXA. COM OS OLHOS, PARECIA, SÓ QUERER, "KERODA", PERGUNTAR :

- O QUE AQUELAS MÃOS, TANTO FAZIAM, NAQUELE LUGAR ?

- TÃO CHEIROSO DE BACALHAU !

- TÃO SÓZINHO, TÃO QUENTINHO !

E, ASSIM, FOI.

KERODA,

HERDOU, DE SUA IRMÃ, A FAMA.

E, FICOU RICA.

MUITO RICA, E NÃO FOI SOLTANDO PIPA !

E TÃO POUCO, CHUPANDO PICOLÉ ...

UMA HISTÓRIA DE :

KERODA SONOKUTA

ESPECIALISTA EM PI.. / INSTRUTORA DE CI...

MAJOR

MAJOR
Enviado por MAJOR em 18/09/2008
Código do texto: T1183814
Copyright © 2008. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.