VISITA - QUASE SEMPRE, É SINAL DE ABORRECIMENTO
Você gosta de receber visitas em sua casa? Eu vou logo de cara contando que em certos casos, não.
Pra mim, e acredito que para a grande maioria, visita boa é aquela de 40 minutos (se a ela morar na mesma cidade), se for de fora, 24 horas já está de bom tamanho.
Mais que isso, a euforia vai diminuindo, começa a faltar assunto e a saída é começar a falar mal dos outros. Aliás, é de você que ela irá falar quando for visitar outras pessoas.
Visita serve mesmo é para reparar que a janela está com o vidro trincado, que uma telha está quebrada, que a cerca está caindo e dizer que você já deveria ter tomado providências e etc.
É por isso que no portão da minha casa vou colocar uma placa com os seguintes dizeres: “Visita - seja breve; quanto mais, melhor”.
E no meu local de trabalho também, pois têm visitas que não se tocam que a gente tem que trabalhar. Ficam sugerindo, olhando, especulando e sujando o banheiro.
Tenho por hábito, quando alguns parentes me visitam, perguntar: “Quanto tempo pretendem ficar?”, mas nem todos levam isso a sério, pra minha desilusão.
Minha esposa não aprova essa ‘brincadeira’, alega que é falta de educação, principalmente quando a visita é parente dela.
Quando se trata dos ‘meus parentes’, ela não me repreende ou finge não ter ouvido. Dá para ver que não estou muito errado.
Para aquelas visitas que eu desconfio que serão demoradas, tenho uma receita que é tiro e queda. Pergunto em voz alta para a rainha do lar: - Já acabou a carne no frízer, muié?
Infalível.
Se faltar carne a visita se aborrece, fica sem graça, fica doente.
Ou você já viu visita tirar dinheiro do bolso para ajudar a comprar carne? Tira mas demora...
Portanto, nunca sirva muita carne para a visita, ela pode pensar que você está nadando em dinheiro e vai ficando, e vai comendo, e vai ficando...
E olha que nem vou me ater sobre quando a visita tem crianças. Existe coisa mais impertinente que filho de visita virando a casa da gente pelo avesso e ainda ter que dizer (ou ouvir) ‘que lindo’? Se não existir, eu ainda estou por ver.
Pra mim, lugar de criança é na barriga ou colo da mãe, na escola, nos parques, enfim, em qualquer lugar, menos dentro da minha casa. Elas sabem como abusar da nossa paciência.
Outra receita que deve ser infalível para visitas prolongadas irem logo embora é deixar cortar a luz. Essa eu ainda não fiz, mas prometo que da próxima vez que os cunhados me visitarem, vou experimentar ficar devendo para o fornecedor de energia. Garanto que até em ônibus errados eles irão embarcar.
Outros detalhes que me aborrecem sobre a visita:
Usa nosso melhor travesseiro; não tem o costume de tirar o sapato dentro de casa; não enxuga o banheiro; gasta uma infinidade de papel higiênico e pasta dental; fuma na sala; na hora do “Jornal Nacional” faz comentários que não tem nada a ver e não ajuda em nada, até parece mulher grávida.
Portanto, visita não é mais sinal de apreço. É, isto sim, além do incômodo, um alto preço.
Prometo voltar, mas serei breve!