O MOLEQUE E O FILME ERÓTICO
Quando eu era criança, tinha um colega, que era terrível. Naquele tempo não tinha videocassete, nem dvds. A molecada apelava era para as revistinhas suecas, que eram vendidas as escondidas. As revistinhas de "sacanagem" em quadrinhos de Carlos Zéfiro eram vendidas à peso de ouro. Uma revistinha toda surrada e dobrada, valia quase um quilo de bolinhas de gude. Esse colega estava na puberdade e estava em fase de mudança de entonação de voz. Ele entrava no banheiro com uma revistinha e ficava horas. A gente falava que ele estava "oitavando" e eu falava cum ele:
-Cuidado, isso é bom mas, mata...
Certo dia no nosso saudoso Cine Abaeté, estava anunciado um filme para maiores de 18 anos. Não era filme pornô, o que de mais poderia acontecer, era uma cena de sexo muito discreta e alguns pares de peitos de fora.
O moleque ficou ouriçado. Comprou o ingresso e foi entrando. O porteiro barrou sua entrada. Ele alegou que tinha comprado o ingresso e que ia entrar.
O porteiro engrossou com ele, falando que ia chamar o comissário de menores. Ele então começou a fazer na frente do porteiro uma coisa estranha: Cuspia na mão e passava a mão na cabeça. Repetiu a operação três vezes. O porteiro curioso perguntou o porquê daquilo.
Ele respondeu:
-Estou fazendo uma simpatia.
O porteiro tornou a perguntar e ele não respondeu.
Como ele viu que o porteiro estava ardendo de curiosidade, propôs:
-Me deixe entrar que eu te conto.
O porteiro disse:
-Tá bem, mas fique ali no perto da cortina, se o dono do cinema te ver eu perco meu emprego. Mas me conte porque você está fazendo isso.
-Negativo, se eu te contar agora você não me deixa entrar, depois do filme eu te conto.
E assim foi feito, ele assistiu ao filme e na saida o porteiro o deteve e perguntou:
-E aí, como é que é?
Ele respondeu:
-Aquilo que eu fiz é uma simpatia, que aprendi com minha irmã, uma noite dessas eu estava no meu quarto estudando e ela estava com o namorado na sala. Eles estavam numa fungueira, numa gemura, até que ela falou:
-Passa cuspe na cabeça que entra! Não é que a simpatia dá certo mesmo?...
* * *