O XAVECO DE CHICO

Tomava um xibé na xícara quando chamam-me à porta. Era Xênia, morena cheirosa tendo um chilique; conta-me que fôra chifrada pelo xucro do Chico, o chaveiro, aquele que tinha xexéu. Cheia de raiva e ainda em choque com a descoberta fala-me que perdeu o chão, e pedia minha chancela, pois sou seu chefe, para checar a verdade.

Já que todo o charme do chicaneiro chegara ao fim e a chama da paixão apagara-se, também queria colocá-lo em xeque; ou ela ou a xereta traidora.

Chamei o charlatão a minha chácara. Ele chegou chateado, e chiou ao encontrá-la. Então, a cheirosa chifrada, chorou tanto, mas tanto que chamou a atenção da vizinhança. Após a choradeira e xingação, Xênia de chofre, agarrou um chanfalho chicote e sentou uma chibatada no chupim que chispou-se enquanto a chusma enfurecida o vaiava: "-Chulo, chulo." Atirando-lhe também uma chuvarada de lama, ovos e chuchu da venda de Seu Chagas na maior chacota.

Dizem que Chico, o chaveiro, virou chofer e mudou-se para não ter a chatice de correr ou charfurdar na lama quando, com a chata cheirosa encontrasse.Já Xênia, hoje prá lá de chique, deu-se novamente a chance de ser feliz e está de chamego com Chavez, um chistoso chefe de cozinha venezuelano, chegado a um cheiro bom e cheio de boas intenções.