O GRILO
Só aqui posso derramar
Um cansado e triste pranto.
Depois de um dia de luta,
A noite me apareceu
Um grilo...fiquei maluca!
Passei a noite tentando
Fechar os olhos...dormir...
"Qual nada", me lembra o canto
Do grilo sempre a trilar;
-"Acorda, acorda, acorda!"
E eu... cansada da labuta,
Tendo ainda que correr
Atrás de um grilo biruta.
Preparo água fervente,
Jogo na casa todinha.
Silêncio. Penso:"-Afinal!"
Deito bem devagarinho,
Embrulho-me dos pés à cabeça,
Até lembrei de um sonho
Que tive a noite passada.
Mas..de repente um eco...
Como um grito numa gruta...
"-Não é verdade!".Levanto.
Soando com um martelo,
Lá estava aquele ser...
Corri, peguei o chinelo,
Saiu ele a saltitar.
E assim, meu caro leitor,
Aqui estou eu a chorar
Com olhos inchados, vermelhos...
Toda a hora a cochilar.
Passei a noite tentando
Aquele som abafar.
E o meu sono perdi
Desta maneira tão bruta.
Mas, se te pego te mato,
Ah! Grilo, Filho da Puta!!!