Parfait Amour
“PARFAIT AMOUR”
Era uma vez um rei e uma rainha, que viviam em diferentes reinos encantados. Quem não conhece de perto, imagina que rei e rainha não fazem nada, são apenas figuras de baralho pra fazer canastra de seguida, mas isso não é verdade.
O rei trabalha muito em seu reino, atende um grande número de pessoas, seus súditos. Em seu salão azul-real, fica pelo menos uma hora todo santo-dia dando mil audiências. A rainha também da mesma maneira em seu salão rosa-choque, na torre de marzipã, fica ouvindo os conselheiros da corte. Não questionava sobre conselho, porque se fosse mesmo bom, não davam, vendiam.
Então, era uma vez um rei e uma rainha que viviam em reinos diferentes. O tempo! É, o tempo lá era como cá, sempre sujeito a chuvas e trovoadas, ou a períodos de prolongada estiagem.
Certa época de grande seca, quando não se podia plantar e nem colher, os salões reais começaram a ficar monótonos, porque a romaria de súditos dirigia-se aos templos dos deuses, esperando deles um milagre. Assim sozinhos em seus castelos, o rei e a rainha estavam ficando com seus traseiros quadrados de tanta ociosidade.
A informática, os vídeos e novelas não preenchiam mais o ócio, e eis que de repente surgiu a idéia de preencher o tempo, e resolveram fazer um supletivo, porque as pesadas coroas não permitiram que fossem além do primeiro grau. E foram.
O rei vestiu vestes de boy e a rainha vestimenta de girl. Tinteiro, pena de pavão, pergaminho enrolado debaixo do braço, lancheira.
O rei não sabia que girl era uma rainha, e a rainha não sabia que boy era rei.
Atentos assistiam às primeiras aulas sobre história romana, francesa e russa, expostas com certa precaução, com a censura fazendo alguns cortes as cortes.
No recreio. Era hora do lanchinho, e rei e rainha também comem. A rainha em seu canto comia seu sanduiche com queijo de cabra em pão ázimo. O rei vendo girl comendo seu lanchinho sorriu e foi até lá.
___ Oi! Gostoso pão sem fermento, não engorda, né!
Ela sorriu, sorriu e não percebeu que boy era rei, e a conversa parou por aí. Quem sabe um dia. Pelo menos boy conseguiu descolar o número do celular de girl.
Certa noite o rei estava lendo um livro recomendado pelo professor de literatura,”A insustentável leveza do ser “, e percebeu que sua coroa era um peso insustentável. Parou para refletir, foi até a cozinha do palácio e preparou com as próprias mãos uma limonada com limão-rosa,
tomou e ficou todo arrepiado. O arrepio foi além, ligou para o celular de girl. Tirim-tirim, e adivinhem ela própria atendeu.
___ Oi, girl ! Tava querendo levar um plá contigo ! Como fostes de lição-de-casa?
Foi maroto, bem sabia que em final de semana não havia tarefa para casa.
___ Ah! Esqueci. É minha cabeça, tá insustentável.
Girl mantinha a cordialidade tradicional da realeza, conversava, e saboreava um licor “Parfait Amour “ de final de ceia, que ruborizava um pouco a conversa. Foram ficando mais à vontade até que perceberam a insustentável leveza da couraça e retiraram as coroas. Eram cravejadas com pedrinhas e pesavam demais.
___ Aceita um licor? Ruborizada perguntou.
O rei não pestanejou. “Parfait Amour “não dá pra dizer não”, e sem reinado, sem coroa, livre das couraças e com dois ou três discos do Agnaldo Timoteo e dos Paralamas do Sucesso, engatou primeira em sua carruagem de fogo, chicoteando os cincoenta cavalos de força, rumo à torre de marzipã.
Doce privacidade pela noite adentro, interrompendo a prosa o rei dizia:
___ “Parfait Amour “ vai bem com tudo.
Ela, só interrompia pra falar:
___ Mesmo signo, mesmo decanato. Estava no tarô.
Verificaram e estava escrito no horóscopo: dia particularmente favorável ao encontro com pessoas do mesmo signo, e ainda melhor, do mesmo decanato. Horas agradáveis, divertidas e leves, e rei e rainha conseguiram salvar-se de continuar vivendo suas vidas numa existência vulgar.
.........................
“PARFAIT AMOUR”
Era uma vez um rei e uma rainha, que viviam em diferentes reinos encantados. Quem não conhece de perto, imagina que rei e rainha não fazem nada, são apenas figuras de baralho pra fazer canastra de seguida, mas isso não é verdade.
O rei trabalha muito em seu reino, atende um grande número de pessoas, seus súditos. Em seu salão azul-real, fica pelo menos uma hora todo santo-dia dando mil audiências. A rainha também da mesma maneira em seu salão rosa-choque, na torre de marzipã, fica ouvindo os conselheiros da corte. Não questionava sobre conselho, porque se fosse mesmo bom, não davam, vendiam.
Então, era uma vez um rei e uma rainha que viviam em reinos diferentes. O tempo! É, o tempo lá era como cá, sempre sujeito a chuvas e trovoadas, ou a períodos de prolongada estiagem.
Certa época de grande seca, quando não se podia plantar e nem colher, os salões reais começaram a ficar monótonos, porque a romaria de súditos dirigia-se aos templos dos deuses, esperando deles um milagre. Assim sozinhos em seus castelos, o rei e a rainha estavam ficando com seus traseiros quadrados de tanta ociosidade.
A informática, os vídeos e novelas não preenchiam mais o ócio, e eis que de repente surgiu a idéia de preencher o tempo, e resolveram fazer um supletivo, porque as pesadas coroas não permitiram que fossem além do primeiro grau. E foram.
O rei vestiu vestes de boy e a rainha vestimenta de girl. Tinteiro, pena de pavão, pergaminho enrolado debaixo do braço, lancheira.
O rei não sabia que girl era uma rainha, e a rainha não sabia que boy era rei.
Atentos assistiam às primeiras aulas sobre história romana, francesa e russa, expostas com certa precaução, com a censura fazendo alguns cortes as cortes.
No recreio. Era hora do lanchinho, e rei e rainha também comem. A rainha em seu canto comia seu sanduiche com queijo de cabra em pão ázimo. O rei vendo girl comendo seu lanchinho sorriu e foi até lá.
___ Oi! Gostoso pão sem fermento, não engorda, né!
Ela sorriu, sorriu e não percebeu que boy era rei, e a conversa parou por aí. Quem sabe um dia. Pelo menos boy conseguiu descolar o número do celular de girl.
Certa noite o rei estava lendo um livro recomendado pelo professor de literatura,”A insustentável leveza do ser “, e percebeu que sua coroa era um peso insustentável. Parou para refletir, foi até a cozinha do palácio e preparou com as próprias mãos uma limonada com limão-rosa,
tomou e ficou todo arrepiado. O arrepio foi além, ligou para o celular de girl. Tirim-tirim, e adivinhem ela própria atendeu.
___ Oi, girl ! Tava querendo levar um plá contigo ! Como fostes de lição-de-casa?
Foi maroto, bem sabia que em final de semana não havia tarefa para casa.
___ Ah! Esqueci. É minha cabeça, tá insustentável.
Girl mantinha a cordialidade tradicional da realeza, conversava, e saboreava um licor “Parfait Amour “ de final de ceia, que ruborizava um pouco a conversa. Foram ficando mais à vontade até que perceberam a insustentável leveza da couraça e retiraram as coroas. Eram cravejadas com pedrinhas e pesavam demais.
___ Aceita um licor? Ruborizada perguntou.
O rei não pestanejou. “Parfait Amour “não dá pra dizer não”, e sem reinado, sem coroa, livre das couraças e com dois ou três discos do Agnaldo Timoteo e dos Paralamas do Sucesso, engatou primeira em sua carruagem de fogo, chicoteando os cincoenta cavalos de força, rumo à torre de marzipã.
Doce privacidade pela noite adentro, interrompendo a prosa o rei dizia:
___ “Parfait Amour “ vai bem com tudo.
Ela, só interrompia pra falar:
___ Mesmo signo, mesmo decanato. Estava no tarô.
Verificaram e estava escrito no horóscopo: dia particularmente favorável ao encontro com pessoas do mesmo signo, e ainda melhor, do mesmo decanato. Horas agradáveis, divertidas e leves, e rei e rainha conseguiram salvar-se de continuar vivendo suas vidas numa existência vulgar.
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“PARFAIT AMOUR”
Era uma vez um rei e uma rainha, que viviam em diferentes reinos encantados. Quem não conhece de perto, imagina que rei e rainha não fazem nada, são apenas figuras de baralho pra fazer canastra de seguida, mas isso não é verdade.
O rei trabalha muito em seu reino, atende um grande número de pessoas, seus súditos. Em seu salão azul-real, fica pelo menos uma hora todo santo-dia dando mil audiências. A rainha também da mesma maneira em seu salão rosa-choque, na torre de marzipã, fica ouvindo os conselheiros da corte. Não questionava sobre conselho, porque se fosse mesmo bom, não davam, vendiam.
Então, era uma vez um rei e uma rainha que viviam em reinos diferentes. O tempo! É, o tempo lá era como cá, sempre sujeito a chuvas e trovoadas, ou a períodos de prolongada estiagem.
Certa época de grande seca, quando não se podia plantar e nem colher, os salões reais começaram a ficar monótonos, porque a romaria de súditos dirigia-se aos templos dos deuses, esperando deles um milagre. Assim sozinhos em seus castelos, o rei e a rainha estavam ficando com seus traseiros quadrados de tanta ociosidade.
A informática, os vídeos e novelas não preenchiam mais o ócio, e eis que de repente surgiu a idéia de preencher o tempo, e resolveram fazer um supletivo, porque as pesadas coroas não permitiram que fossem além do primeiro grau. E foram.
O rei vestiu vestes de boy e a rainha vestimenta de girl. Tinteiro, pena de pavão, pergaminho enrolado debaixo do braço, lancheira.
O rei não sabia que girl era uma rainha, e a rainha não sabia que boy era rei.
Atentos assistiam às primeiras aulas sobre história romana, francesa e russa, expostas com certa precaução, com a censura fazendo alguns cortes as cortes.
No recreio. Era hora do lanchinho, e rei e rainha também comem. A rainha em seu canto comia seu sanduiche com queijo de cabra em pão ázimo. O rei vendo girl comendo seu lanchinho sorriu e foi até lá.
___ Oi! Gostoso pão sem fermento, não engorda, né!
Ela sorriu, sorriu e não percebeu que boy era rei, e a conversa parou por aí. Quem sabe um dia. Pelo menos boy conseguiu descolar o número do celular de girl.
Certa noite o rei estava lendo um livro recomendado pelo professor de literatura,”A insustentável leveza do ser “, e percebeu que sua coroa era um peso insustentável. Parou para refletir, foi até a cozinha do palácio e preparou com as próprias mãos uma limonada com limão-rosa,
tomou e ficou todo arrepiado. O arrepio foi além, ligou para o celular de girl. Tirim-tirim, e adivinhem ela própria atendeu.
___ Oi, girl ! Tava querendo levar um plá contigo ! Como fostes de lição-de-casa?
Foi maroto, bem sabia que em final de semana não havia tarefa para casa.
___ Ah! Esqueci. É minha cabeça, tá insustentável.
Girl mantinha a cordialidade tradicional da realeza, conversava, e saboreava um licor “Parfait Amour “ de final de ceia, que ruborizava um pouco a conversa. Foram ficando mais à vontade até que perceberam a insustentável leveza da couraça e retiraram as coroas. Eram cravejadas com pedrinhas e pesavam demais.
___ Aceita um licor? Ruborizada perguntou.
O rei não pestanejou. “Parfait Amour “não dá pra dizer não”, e sem reinado, sem coroa, livre das couraças e com dois ou três discos do Agnaldo Timoteo e dos Paralamas do Sucesso, engatou primeira em sua carruagem de fogo, chicoteando os cincoenta cavalos de força, rumo à torre de marzipã.
Doce privacidade pela noite adentro, interrompendo a prosa o rei dizia:
___ “Parfait Amour “ vai bem com tudo.
Ela, só interrompia pra falar:
___ Mesmo signo, mesmo decanato. Estava no tarô.
Verificaram e estava escrito no horóscopo: dia particularmente favorável ao encontro com pessoas do mesmo signo, e ainda melhor, do mesmo decanato. Horas agradáveis, divertidas e leves, e rei e rainha conseguiram salvar-se de continuar vivendo suas vidas numa existência vulgar.
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“PARFAIT AMOUR”
Era uma vez um rei e uma rainha, que viviam em diferentes reinos encantados. Quem não conhece de perto, imagina que rei e rainha não fazem nada, são apenas figuras de baralho pra fazer canastra de seguida, mas isso não é verdade.
O rei trabalha muito em seu reino, atende um grande número de pessoas, seus súditos. Em seu salão azul-real, fica pelo menos uma hora todo santo-dia dando mil audiências. A rainha também da mesma maneira em seu salão rosa-choque, na torre de marzipã, fica ouvindo os conselheiros da corte. Não questionava sobre conselho, porque se fosse mesmo bom, não davam, vendiam.
Então, era uma vez um rei e uma rainha que viviam em reinos diferentes. O tempo! É, o tempo lá era como cá, sempre sujeito a chuvas e trovoadas, ou a períodos de prolongada estiagem.
Certa época de grande seca, quando não se podia plantar e nem colher, os salões reais começaram a ficar monótonos, porque a romaria de súditos dirigia-se aos templos dos deuses, esperando deles um milagre. Assim sozinhos em seus castelos, o rei e a rainha estavam ficando com seus traseiros quadrados de tanta ociosidade.
A informática, os vídeos e novelas não preenchiam mais o ócio, e eis que de repente surgiu a idéia de preencher o tempo, e resolveram fazer um supletivo, porque as pesadas coroas não permitiram que fossem além do primeiro grau. E foram.
O rei vestiu vestes de boy e a rainha vestimenta de girl. Tinteiro, pena de pavão, pergaminho enrolado debaixo do braço, lancheira.
O rei não sabia que girl era uma rainha, e a rainha não sabia que boy era rei.
Atentos assistiam às primeiras aulas sobre história romana, francesa e russa, expostas com certa precaução, com a censura fazendo alguns cortes as cortes.
No recreio. Era hora do lanchinho, e rei e rainha também comem. A rainha em seu canto comia seu sanduiche com queijo de cabra em pão ázimo. O rei vendo girl comendo seu lanchinho sorriu e foi até lá.
___ Oi! Gostoso pão sem fermento, não engorda, né!
Ela sorriu, sorriu e não percebeu que boy era rei, e a conversa parou por aí. Quem sabe um dia. Pelo menos boy conseguiu descolar o número do celular de girl.
Certa noite o rei estava lendo um livro recomendado pelo professor de literatura,”A insustentável leveza do ser “, e percebeu que sua coroa era um peso insustentável. Parou para refletir, foi até a cozinha do palácio e preparou com as próprias mãos uma limonada com limão-rosa,
tomou e ficou todo arrepiado. O arrepio foi além, ligou para o celular de girl. Tirim-tirim, e adivinhem ela própria atendeu.
___ Oi, girl ! Tava querendo levar um plá contigo ! Como fostes de lição-de-casa?
Foi maroto, bem sabia que em final de semana não havia tarefa para casa.
___ Ah! Esqueci. É minha cabeça, tá insustentável.
Girl mantinha a cordialidade tradicional da realeza, conversava, e saboreava um licor “Parfait Amour “ de final de ceia, que ruborizava um pouco a conversa. Foram ficando mais à vontade até que perceberam a insustentável leveza da couraça e retiraram as coroas. Eram cravejadas com pedrinhas e pesavam demais.
___ Aceita um licor? Ruborizada perguntou.
O rei não pestanejou. “Parfait Amour “não dá pra dizer não”, e sem reinado, sem coroa, livre das couraças e com dois ou três discos do Agnaldo Timoteo e dos Paralamas do Sucesso, engatou primeira em sua carruagem de fogo, chicoteando os cincoenta cavalos de força, rumo à torre de marzipã.
Doce privacidade pela noite adentro, interrompendo a prosa o rei dizia:
___ “Parfait Amour “ vai bem com tudo.
Ela, só interrompia pra falar:
___ Mesmo signo, mesmo decanato. Estava no tarô.
Verificaram e estava escrito no horóscopo: dia particularmente favorável ao encontro com pessoas do mesmo signo, e ainda melhor, do mesmo decanato. Horas agradáveis, divertidas e leves, e rei e rainha conseguiram salvar-se de continuar vivendo suas vidas numa existência vulgar.
.........................
“PARFAIT AMOUR”
Era uma vez um rei e uma rainha, que viviam em diferentes reinos encantados. Quem não conhece de perto, imagina que rei e rainha não fazem nada, são apenas figuras de baralho pra fazer canastra de seguida, mas isso não é verdade.
O rei trabalha muito em seu reino, atende um grande número de pessoas, seus súditos. Em seu salão azul-real, fica pelo menos uma hora todo santo-dia dando mil audiências. A rainha também da mesma maneira em seu salão rosa-choque, na torre de marzipã, fica ouvindo os conselheiros da corte. Não questionava sobre conselho, porque se fosse mesmo bom, não davam, vendiam.
Então, era uma vez um rei e uma rainha que viviam em reinos diferentes. O tempo! É, o tempo lá era como cá, sempre sujeito a chuvas e trovoadas, ou a períodos de prolongada estiagem.
Certa época de grande seca, quando não se podia plantar e nem colher, os salões reais começaram a ficar monótonos, porque a romaria de súditos dirigia-se aos templos dos deuses, esperando deles um milagre. Assim sozinhos em seus castelos, o rei e a rainha estavam ficando com seus traseiros quadrados de tanta ociosidade.
A informática, os vídeos e novelas não preenchiam mais o ócio, e eis que de repente surgiu a idéia de preencher o tempo, e resolveram fazer um supletivo, porque as pesadas coroas não permitiram que fossem além do primeiro grau. E foram.
O rei vestiu vestes de boy e a rainha vestimenta de girl. Tinteiro, pena de pavão, pergaminho enrolado debaixo do braço, lancheira.
O rei não sabia que girl era uma rainha, e a rainha não sabia que boy era rei.
Atentos assistiam às primeiras aulas sobre história romana, francesa e russa, expostas com certa precaução, com a censura fazendo alguns cortes as cortes.
No recreio. Era hora do lanchinho, e rei e rainha também comem. A rainha em seu canto comia seu sanduiche com queijo de cabra em pão ázimo. O rei vendo girl comendo seu lanchinho sorriu e foi até lá.
___ Oi! Gostoso pão sem fermento, não engorda, né!
Ela sorriu, sorriu e não percebeu que boy era rei, e a conversa parou por aí. Quem sabe um dia. Pelo menos boy conseguiu descolar o número do celular de girl.
Certa noite o rei estava lendo um livro recomendado pelo professor de literatura,”A insustentável leveza do ser “, e percebeu que sua coroa era um peso insustentável. Parou para refletir, foi até a cozinha do palácio e preparou com as próprias mãos uma limonada com limão-rosa,
tomou e ficou todo arrepiado. O arrepio foi além, ligou para o celular de girl. Tirim-tirim, e adivinhem ela própria atendeu.
___ Oi, girl ! Tava querendo levar um plá contigo ! Como fostes de lição-de-casa?
Foi maroto, bem sabia que em final de semana não havia tarefa para casa.
___ Ah! Esqueci. É minha cabeça, tá insustentável.
Girl mantinha a cordialidade tradicional da realeza, conversava, e saboreava um licor “Parfait Amour “ de final de ceia, que ruborizava um pouco a conversa. Foram ficando mais à vontade até que perceberam a insustentável leveza da couraça e retiraram as coroas. Eram cravejadas com pedrinhas e pesavam demais.
___ Aceita um licor? Ruborizada perguntou.
O rei não pestanejou. “Parfait Amour “não dá pra dizer não”, e sem reinado, sem coroa, livre das couraças e com dois ou três discos do Agnaldo Timoteo e dos Paralamas do Sucesso, engatou primeira em sua carruagem de fogo, chicoteando os cincoenta cavalos de força, rumo à torre de marzipã.
Doce privacidade pela noite adentro, interrompendo a prosa o rei dizia:
___ “Parfait Amour “ vai bem com tudo.
Ela, só interrompia pra falar:
___ Mesmo signo, mesmo decanato. Estava no tarô.
Verificaram e estava escrito no horóscopo: dia particularmente favorável ao encontro com pessoas do mesmo signo, e ainda melhor, do mesmo decanato. Horas agradáveis, divertidas e leves, e rei e rainha conseguiram salvar-se de continuar vivendo suas vidas numa existência vulgar.
.........................
“PARFAIT AMOUR”
Era uma vez um rei e uma rainha, que viviam em diferentes reinos encantados. Quem não conhece de perto, imagina que rei e rainha não fazem nada, são apenas figuras de baralho pra fazer canastra de seguida, mas isso não é verdade.
O rei trabalha muito em seu reino, atende um grande número de pessoas, seus súditos. Em seu salão azul-real, fica pelo menos uma hora todo santo-dia dando mil audiências. A rainha também da mesma maneira em seu salão rosa-choque, na torre de marzipã, fica ouvindo os conselheiros da corte. Não questionava sobre conselho, porque se fosse mesmo bom, não davam, vendiam.
Então, era uma vez um rei e uma rainha que viviam em reinos diferentes. O tempo! É, o tempo lá era como cá, sempre sujeito a chuvas e trovoadas, ou a períodos de prolongada estiagem.
Certa época de grande seca, quando não se podia plantar e nem colher, os salões reais começaram a ficar monótonos, porque a romaria de súditos dirigia-se aos templos dos deuses, esperando deles um milagre. Assim sozinhos em seus castelos, o rei e a rainha estavam ficando com seus traseiros quadrados de tanta ociosidade.
A informática, os vídeos e novelas não preenchiam mais o ócio, e eis que de repente surgiu a idéia de preencher o tempo, e resolveram fazer um supletivo, porque as pesadas coroas não permitiram que fossem além do primeiro grau. E foram.
O rei vestiu vestes de boy e a rainha vestimenta de girl. Tinteiro, pena de pavão, pergaminho enrolado debaixo do braço, lancheira.
O rei não sabia que girl era uma rainha, e a rainha não sabia que boy era rei.
Atentos assistiam às primeiras aulas sobre história romana, francesa e russa, expostas com certa precaução, com a censura fazendo alguns cortes as cortes.
No recreio. Era hora do lanchinho, e rei e rainha também comem. A rainha em seu canto comia seu sanduiche com queijo de cabra em pão ázimo. O rei vendo girl comendo seu lanchinho sorriu e foi até lá.
___ Oi! Gostoso pão sem fermento, não engorda, né!
Ela sorriu, sorriu e não percebeu que boy era rei, e a conversa parou por aí. Quem sabe um dia. Pelo menos boy conseguiu descolar o número do celular de girl.
Certa noite o rei estava lendo um livro recomendado pelo professor de literatura,”A insustentável leveza do ser “, e percebeu que sua coroa era um peso insustentável. Parou para refletir, foi até a cozinha do palácio e preparou com as próprias mãos uma limonada com limão-rosa,
tomou e ficou todo arrepiado. O arrepio foi além, ligou para o celular de girl. Tirim-tirim, e adivinhem ela própria atendeu.
___ Oi, girl ! Tava querendo levar um plá contigo ! Como fostes de lição-de-casa?
Foi maroto, bem sabia que em final de semana não havia tarefa para casa.
___ Ah! Esqueci. É minha cabeça, tá insustentável.
Girl mantinha a cordialidade tradicional da realeza, conversava, e saboreava um licor “Parfait Amour “ de final de ceia, que ruborizava um pouco a conversa. Foram ficando mais à vontade até que perceberam a insustentável leveza da couraça e retiraram as coroas. Eram cravejadas com pedrinhas e pesavam demais.
___ Aceita um licor? Ruborizada perguntou.
O rei não pestanejou. “Parfait Amour “não dá pra dizer não”, e sem reinado, sem coroa, livre das couraças e com dois ou três discos do Agnaldo Timoteo e dos Paralamas do Sucesso, engatou primeira em sua carruagem de fogo, chicoteando os cincoenta cavalos de força, rumo à torre de marzipã.
Doce privacidade pela noite adentro, interrompendo a prosa o rei dizia:
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Ela, só interrompia pra falar:
___ Mesmo signo, mesmo decanato. Estava no tarô.
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