HOJE ME PRODUZI TODA E... CEGUEI UM COELHO.

HOJE ME PRODUZI TODA E... CEGUEI UM COELHO.

(Autor: Antonio Brás Constante)

Muitos costumam viver suas vidas em verdadeira paz de espírito, totalmente indiferentes ao mundo que gira ao seu redor. São indivíduos que trabalham, estudam, vão ao mercado, ou à farmácia, demonstrando uma serenidade no rosto, pois sabem que são pessoas de bem, incapazes de fazer mal a uma mosca. E eles estão inteiramente certos em pensar assim, já que diretamente não infligem nenhum mal aos seus semelhantes. Porém, muitas das causas de atrocidades no mundo estão nas entrelinhas...

Vamos tomar por base uma ida ao cabeleireiro na década de 80, onde as mulheres da época (assim como as mulheres de hoje), tentavam dar uma produzida no visual, buscando novidades que as deixassem mais belas. Mas, ao agirem assim estavam indiretamente contribuindo com a tortura, cegueira e matança de animais indefesos (como o coelho, por exemplo). Se bem que para compactuar com tal crueldade, elas não precisariam ir ao cabeleireiro, já que foram alguns dos testes feitos para confecção de artigos estéticos (que elas também tinham em casa), os responsáveis diretos por tais atos bárbaros contra vários animaizinhos da natureza (muitos deles adorados por seus filhos, quando assistidos em desenhos animados que exibiam cenas do bosque encantado).

Mas afinal, onde é que um escritor de fundo de quintal (acreditem, alguns escritores têm quintal, e eu me incluo entre eles), quer chegar falando sobre isso? Bem, talvez a lugar algum, ou quem sabe despertar algumas pessoas para este tipo de fato, do mesmo modo que fui novamente despertado ao ler a matéria “ele precisa ser sacrificado?” (chamada de capa na revista Galileu de maio/08).

A sociedade avançou no decorrer da história, criando hábitos de consumo que necessitam da utilização de animais para o desenvolvimento de seus produtos de forma segura, nos protegendo dos efeitos indesejáveis que eles poderiam vir a causar. Claro que este tipo de pesquisa envolvendo seres vivos pode não se resumir apenas aos animais considerados irracionais (mas que sentem dor e todo tipo de sentimentos inerentes a qualquer indivíduo). Muitas vezes as cobaias são os próprios seres humanos, como em casos ocorridos na África, com testes envolvendo medicamentos para o combate do HIV, onde parte dos pacientes tomava placebo achando que aquele “medicamento” iria protegê-los contra o vírus.

Sempre é bom lembrar que se não fossem estes testes, muitas das descobertas científicas envolvendo remédios, técnicas de transplantes de órgãos, entre outros frutos advindos desse tipo de pesquisa, não teriam sido alcançadas. Descobertas que conseguiram evitar a morte e o sofrimento de inúmeros seres humanos, também favorecendo muitos animais que delas se beneficiaram.

Enfim, dizer que podemos dormir com a consciência tranqüila simplesmente por nos mantermos alienados aos meios que se empregam para garantir nossa qualidade de vida (seja ela estética, gastronômica, medicinal, etc) é mais do que pura inocência é, sobretudo, uma falta de nossa própria essência, intitula por nós como: humanidade.

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