A SAGA DE SEVERINO RAIMUNDO - 3º Capítulo

Após Severino ser sequestrado por alienígenas e submetido a uma bateria de testes, chega a hora da última parte da "autópsia". Com uma ferramenta aparentando uma seringa, um alien mais alto introduz o que parece ser uma agulha de uns 10 centímetros na direção do córtex cerebral de Severino. A agulha começa a penetrar no couro cabeludo dele e atinge a área onde se localiza a sua massa cinzenta. E injetado um líquido contendo um chip de localização. Finalizado a última parte do processo em seu corpo, os aliens resolvem devolvê-lo para a beira da estrada.

No processo de transporte de volta à Terra, Severino é deixado no meio do mato, perto da estrada. A nave corta o céu como um feixe de luz e some no meio das estrelas. Quando o dia amanhece, Severino acorda em meio à um monte de bois e vacas pastando, babando e cagando em sua volta. Com os olhos mais arregalados do que nunca, Severino se levanta e sai daquele reduto de chifrudos. Cata os papéis que ele tinha jogado para o alto e segue o caminho da estrada em direção à Cidade Grande como se nada tivesse acontecido.

Mais um dia se passa e Severino já completara 5Km de percurso para o "El Dorado" do mundo civilizado. Faltando 38Km até João Pessoa, Severino passa a andar 10Km por dia. No primeiro terço dos primeiros 10Km, andando já com o Sol a pino, resolve parar para comer algo e beber um pouco de água. À procura de algo para matar a sua fome, Severino olha para um lado, olha para o outro e nada! Olha à sua frente, atrás de suas costas e nada! Olha pro céu e nada! Enfim, Severino estava na verdadeira "lata"! Sem comida, sem água, o seu destino seria a solidão alimentícia de seu estômago. Com os olhos mais esbugalhados que espiga de milho, Severino passa a observar tudo que se mexe e tem vida.

Completado a fase de dia e da tarde, a noite trazia mais uma barreira à sua caminhada rumo à Cidade Grande. Era a fome elevado ao quadrado, sem comer a mais de 24 horas, e com apenas 5 anos de idade, Severino já começava a sonhar e a imaginar a dona morte levando a sua alma. Mas com muita força de vontade, Severino consegue completar com o prometido e completa o dia com 10Km percorridos. Acha uma vegetação rasteira do tipo gramínea e deita-se, caindo em sono profundo.

Novo dia, novos raios solares, nova caminhada pela frente, e 'novos' papéis para catar. Severino se levanta no meio da vegetação, e à sua volta nada! Resolve então iniciar mais um dia de caminhada. Mas antes que se inicia-se o longo percurso de mais 10Km, Severino resolve que é hora de fazer um café-da-manhã ligeiro. Procurando por algo no chão, avista uma lagartixa. Esta o olha fixamente, com a cabeça levantada e as patas prontas para sair correndo, o pequeno calango aguarda o que parece ser o seu destino natural. Severino pega uma pedra, aponta na direção da lagartixa e joga o seu armamento primitivo acertando o rabo do calango. Este dá uma cambalhota, cai com as quatro patas para cima, ao mesmo tempo Severino saí correndo atrás dela. Esta se desvira e começa a correr desesperadamente, Severino com a língua para fora e um olho fechado tenta pela segunda vez acertar o réptil com uma outra pedra, uma bem maior que sua mão. Joga esta na lagartixa e agora consegue acertá-la em suas costas. Caída e sem forças para correr, o calango se arrasta para sobreviver. O animal, Severino, chega até o seu café da manhã e com uma pedra, agora maior que a sua cabeça, acaba com o sofrimento do ser inferior. PLOFT!!!! É o fim de uma vida rasteira e o início do alimento de Severino... (continua)