Havia coisas que brotavam mais no Nordeste no  meio do sec.XX,do que capim e corrupção:era a jagunçada.Cada "coronel tinha sua milicia particular,para destroçar desafetos,intimidar eleitores ou dar cobertura ao coronel e sua familia,em caso de necessidade;dizem que um coronelzete desses "fabricou Lampião,nosso mais temido cangaceiro,quan do,seus esbirros mataram a familia toda do Virgulino,afim de tomar suas terras;o menino,escapou,cresceu e tirou vingança,começando uma saga épica pelas terras do sertão.Nós não temos Robin Hood ou Sir Lancelot ou ainda Amadiz da Gália,mas,temos o nosso guerreiro controvertido(uns dizem que era Deus,outros que era o  diabo,dependendo dos interesses ou do ângulo que se olhava.).O certo é que o herói dessa estoria,que meus avós contavam,Zebedeu,era jagunco;feroz jagunço do Coronel Chico Rocha,homem de opinião que não fazia rapapé prá inimigo;e,inimigo eram todos que discordavam dele e votavam no PSD.Um dia,depois de uma proeza feita ás claras,no meio da feira e perto da delegacia,Zebedeu foi preso.Havia enfiado uma faca no bucho de um desinfeliz,inimigo politico do coronel,o qual mandou despacha-lo para o Céu mais cedo.Deus não tinha muita autonomia nestes sertões,o sujeito não cumpria na terra o tempo determinado;,se o coronel quisesse,despachava antes a mercadoria,sem aviso nem velorio.Preso,Zebedeu se viu sózinho,desgraçado,aperreado pelo delegado,para assinar a confissão,lavrando o flagrante.Aí,o ZÉ,provando o que eu sempre digo,que inteligencia não é cultura,saiu-se com essa,que nem o melhor advogado teria pensado;com sua fala macia,cheio de humildade,falou pró delegado:
-Dotô,eu num matei o home,pruquê num tenho tal podê;quem mata é Deus todo poderoso,eu só fiz o furinho.
Miriam de Sales Oliveira
Enviado por Miriam de Sales Oliveira em 07/06/2008
Código do texto: T1023382
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