Tributo II (Cruz e Souza)
Talvez os violões chorem eternamente
Ou, talvez, enlouqueçam de uma vez
Como a Monja, em sua negra avidez
Pervertida pela Múmia... solenemente
Se o poeta enlouquecer, maldita sorte
Terá que satisfazer seu sonho amável
Para ser, como nos versos, Invulnerável
Cantando, bem alto, a Música da Morte
Na liberdade negra de sua inteligência
Confundida, muitas vezes, com destino
Resta uma dose de talento e opulência
Se a loucura espreitou-lhe no derradeiro
Terá a sorte de no eterno confino
Ser afagado pelo Cristo verdadeiro
A Cruz e Souza