Minha mãe e eu 3
Esse texto era pra ir ao ar no domingo, dia das mães. Mas, devido a muitos trabalhos, e conseqüentemente muito cansaço, que resultou numa preguiça intelectual e anatômica, homenageio minha veia com certo atraso.
Ela costuma dizer que em meus textos só a lembro em momentos ruins ou em momentos de constrangimentos, descabelada por exemplo. E pra provar que ela faz um furacão em uma xícara de café vou começar contando o dia em que ela me viu pela primeira vez.
Após dez meses me aturando na barriga (sim! Eu passei mais de 9 meses na solitária chamada útero). Depois de uma dor flamenguista após o jogo contra o América, ela, enfim, pode dizer: “Esse é meu menino”.
Com o passar dos anos e de diversas tentativas de ser músico (teve o tempo em que eu queria ser tecladista, baixista, baterista, vocalista ao mesmo tempo), então, a conversa passou a ser outra, principalmente nos ensaios de teclado e voz: “Meu Deus! Pra que pari esse guri?”.
Quando, enfim, me convenci que não era músico, minha genitora orou o pai nosso dez vezes, subiu e desceu o Alto do Cuscuz em Itabuna umas 20 vezes dizendo: “graças a Deus! Meu filho não é doido, só teve uma crise!”.
Então veio o vestibular. Tal qual o Ronaldo convencendo a todos que não sabia que saia com travecos, ela me persuadia ser médico, advogado, farmacêutico, dentista, entre outras profissões chateantes.
Quando soube que escolhi ser jornalista (aliás, quando soube que ia ser jornalista não! Quando soube o piso do jornalista em Sergipe!). Meditou, refletiu, meditou de novo, e voltou a meditar e concluiu: “filho é tudo ingrato!”.
No dia das mães, então! Ano passado, como estava duro (no sentido econômico ô mente suja), não conseguir comprar um presente a altura, então, fiz um texto para homenageá-la. Ficou chateada! Queria um bem material.
Esse ano, com os meus irmãos, fiz uma vaquinha e comprei uma lembrancinha. E não é que ela pediu um textozinho? Vai entender!
Taí veia. Espero que ano que vem a senhora tenha mais sorte.
Ah! Obrigado por tudo!