Minha mãe! Minha vida!
Acordei nostálgica... Dias das mães me deixa assim!
Filhos acham que mãe é eterna, mas elas morrem.
Comecei a refletir sobre a infância... A adolescência e a vida adulta. Tudo regado com o olhar amoroso de minha mãe.
E pensei nas vezes que teria que me manter em silêncio e a retruquei...
Nas inúmeras vezes que ela me alertou e eu surda fiquei...
Das horas e dias que perdi de dar e receber um carinho... Afinal estava ali na minha frente e não dei...
E hoje faz tanta falta... E pensei... Ás vezes eu deixei passar momentos mágicos por que pensei que mãe nunca morre.
Mas, morreu... E com ela foi um pedaço de mim.
Sinto falta dela segundo por segundo... Mãe quando é viva ela carrega o sofrimento da gente. Quando elas se vão o sofrimento volta pra gente e vai ser o momento de valorizá-la tarde demais...
Assim todos os ensinamentos ficam martelando na cabeça... E seguimos o resto de nossas vidas com saudades e defendendo a memória delas e no que elas acreditavam!
Baseando-me nessa seqüência de pensamentos comecei a me indagar sobre o sentido da vida... Vida sem sentido? Sentido sem vida?
Buscam-se tantas coisas... Uma correria em “possuir”... Busca desenfreada por dinheiro... Mundo capitalista do valorizar a pessoa pelo o que ela tem e não pelo que ela é! E o sentimento?
Fui a profundezas de meu coração... E me fiz uma pergunta:
“-Caso soubesse que eu fosse morrer amanhã. O que eu faria?”
Pergunta essa que já ouvi, li e não dei atenção... Pois na minha vida achava que todos morreriam menos eu e minha família.
Assim nem relutei... Vieram as pessoas que amo em meus pensamentos... Caso eu fosse morrer amanhã queria aproveitar cada instante e ficaria grudadinho em meus filhos e no meu esposo.
Não pensei no meu trabalho, em bens e dinheiro... Pensei em pessoas... Pensei em amor...
“-E fiz outra pergunta... O que mais desejas? Riquezas, sucesso profissional ou pessoas?”
Bom... A minha imaginação voou como uma águia sobre os rochedos do mar...
Vi uma casinha humilde coberta de sapé e suas paredes de barro... O piso de chão batido... Um fogão a lenha e aquela fumaça fraca que trás o cheiro do cerrado!
Um cachorro deitado geralmente misturado com a lenha de baixo do fogão.
Aquele poço pelo qual tem carretilha e puxa água à balde pela mão!
Umas galinhas cantarolando... Outras seus pintinhos cuidando. E no chiqueiro muitos porcos grunhindo...
Da cerca vejo a roça verde... O gado pastando! A cachoeira deslizando sobre as pedras rochosas da serra!
Tem um gato preguiçoso e teimoso deitado sobre a cama o colchão de capim...
Tudo limpinho cheirando a sabão de barra... Produzido com soda caustica e resto de miúdo de porco... Que perfume! Cheira vida e simplicidade!
No fogão panelas que passa cinza pra não grudar a fuligem do fogo... Um cardápio delicioso exala... É galinha com açafrão! Quiabo com baba! Feijão com caldo grosso e um arroz solto, banana da terra frita! Que delícia! Tudo fritado com gordura de porco...
No radio chiando com antena de arame espichada, e lá em cima se vê um pedaço de palha de aço pra ajudar na sintonia! Músicas sertanejas... Com toda a certeza!
Um silêncio pincelado a ruídos de animais e o radinho a pilha... Mas, de vez em quando a vaca berra em desespero chamando o bezerro teimoso.
O potrinho com os cabritinhos... Apostando quem pula mais... Que bonitinho!
A vida passa lentamente... O sol brilha e derrete o orvalho... E o cair da tarde é lindo... Os pássaros vêm em bando se repousar nos ipês floridos...
O sabor do café torrado e moído é de dar inveja aos melhores cafés do mundo!
O pomar... Que maravilha! Laranjeiras, jabuticabeiras, mangueiras... São “eiras” que não acaba mais...
Luz!? É da lamparina e do luar! É ficar horas olhando ao céu às estrelas trocarem de lugar...
É... Lá em baixo da sombra da mangueira num banco talhada a mão e é de madeira... Vejo o sentido da vida... Minha mãe pra mim sorrindo!
Não há riqueza do mundo que pague a simplicidade...
Trocaria tudo no mundo pra uma vida assim... E com o olhar de minha mãe a abençoar meu caminho!
Mãe! Onde estiveres nunca esqueça que te amo... E que os melhores momentos de minha vida foram com o ser humano e não com coisas materiais. Orgulho-me de ter tido-a como minha mãe guerreira, honesta, trabalhadeira e muito amorosa!
Que para ser feliz também se é com o pouco... Já me dizias: o pouco com Deus é muito.. E muito sem Deus é pouco!
Mãe os melhores momentos de minha vida foi contigo! E isso é cravado em minha alma! Nada vai tirar... Essas lembranças são minhas e o amor que tenho por ti sempre em meu coração vou carregar!
PASSADO MORRE SE A GENTE ENTERRAR ELE... EU NÃO ENTERRO! POIS NELE ME ESPELHO PARA DAR FORÇAS PARA SEGUIR SEM AS PESSOAS QUE EU AMO E QUE SE FORAM... MEU PAI... MINHA MÃE E ILÍDIO!
TEREZA BALDUINA DE JESUS HOJE TU É ESPIRÍTO...
O ESPIRÍTO VIVO... AMOR NÃO MORRE!
TENHO CERTEZA QUE TU CAMINHAS AO MEU LADO!
FELIZ DIA DAS MÃES!