Artur da Távola (03/01/1936/ - 09/05/2008)
Paulo Alberto Monteiro de Barros
(03/01/1936/ - 09/05/2008)
Seu nome mudou ,exilado ,
como Artur da Távola
ao Brasil voltou.
Existem mãos que se calam, letras que apagam, caem no esquecimento!
As de Artur da Távola jamais calarão, a sua escrita em tantos campos eternizaram.
Poeta, Cronista, Político,divulgador da música clássica em rádios, Tvs.
Apresentava o programa dominical
"Esta Bossa Sempre Nova" e "Mestres da Música",
apresentou também e produziu "Vida e Obra de Rachmaninoff" às quintas-feiras.
Na rádio Senado, Távola veiculou o "Música do Brasil" e "Crônica Musical".
Na rádio Cultura FM ele apresentou o "Música Clássica com Artur da Távola" aos domingos.
Távola também foi responsável pelo elogiado programa
"Quem Tem Medo da Música Clássica?",
na TV Senado, onde ele comentava a obra,
o contexto histórico e a vida de uma série de compositores eruditos.
Paulo Alberto Monteiro de Barros,cassado pelo regime militar,
ele viveu na Bolívia e no Chile entre 1964 e 1968.
No retorno ao Brasil assumiu o pseudônimo de Artur da Távola.
Autismo
Artur da Távola
O tédio que não revelo
resvala e vala na taquicardia
do sorriso emoliente
em minha ativa participação.
A morte, amiga de infância,
palpita vida na força do meu viver.
Sou segredos, dons, acasos e órfão,
silenciados em músicas e pickles.
Meu menino, a cirurgia, aquele cão, o não,
a morte do pai e minha irmã
moram anônimos
no quarto e sala da alma.
Falo o que calo
sinto o que guardo
sob outro eu igual ao mim
bem melhor, porém.
Mas autista.
O sexo implícito, o tesão abissal,
a gula mamada,
a timidez flatulenta,
jazem no fundo do meu mar.
Escafandro-me, debalde.
Calo constatações,
blasono brilhos
suicido sonhos,
calafrio-me a colher náuseas.