Amados amigos, leitores da Tera Sá:
Volto aqui para falar mais uma vez, do belíssimo poema, A RUA DA SAUDADE, dessa poetisa portuguesa, a que vê com os olhos de Deus. Sim, porque para descrever um lugar da infância, com tanta poesia e beleza, só com o sopro do Pai celestial. Até consigo imaginar a cena; a poetisa em frente ao computador e a Brisa que vem do céu entrando por seus ouvidos:
“TERA SÁ, eis que a ti concedo escrever a visão que daqui do meu reino observo. Falarás de uma rua perdida no tempo, a rua da tua meninice. Contar-te-ei detalhe por detalhe da rua dos teus sonhos, localizada num lugarejo, às margens do Rio Douro. As pessoas ficarão fascinadas com o lirismo que conferirás a cada palavra.”
E assim Foi e assim É.
A cada novo texto sobre o tema, a poetisa lapida mais o diamante. Leiam o que ela enviou como resposta à pergunta que fiz no escrito anterior: “À propósito do texto RUA DA SAUDADE, da poetisa Tera Sá.”
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A rua existe, sim, e as recordações são fiéis... Nesse tempo ainda não havia a estrada alternativa, nem um carro por cabeça, como parece que há agora! Toda a gente lá passava, para ir à missa ou ao bailarico... Agora só a aragem da Serra do Marão (que lhe fica em frente, como pano de fundo dum cenário magnífico de vinhas, rio Douro, azuis, verdes e alvores de casarios), parece passar por lá, à mesma hora de sempre...
Essa morada mora
Dentro do meu coração,
Mas é calçada de Vida,
Não duvidem disso, não!
Atravessa uma aldeia
Encostadinha às colinas,
Bem de frente pro Marão
E cercada de verdes vinhas.
A subir nos leva ao céu,
A descer nos leva à igreja
E a casa da minha infância
Como um rio, ela bordeja...
Foi lá que aprendi a rir,
Sei as pedrinhas de cor,
E da minha janela vi
Passar o meu primeiro amor.
E ainda dá pra sentir
(Mas só na minha saudade),
O aroma do caramelo
Quando a intensa actividade
Das vindimas esbanjava
Bagos preciosos no chão,
E os carros de bois passavam,
Conduzidos por fortes mãos,
Faiscando chispas nas pedras
E assobios no coração...
Beijos com gosto de amizade!!
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Tera Sá, querida poetisa, escritos como estes merecem ser emoldurados e colocados em lugares públicos, onde a moderna gente apressada possa, ainda que por um momento, lê-los e tomar conhecimento de que a beleza da poesia pode resgatar a paz da vida simples.
Obrigada por enviar-nos esta maravilha de novo poema resposta.