Mãos Abençoadas - I
Eu vou dedicar esta humilde crônica a alguns homens que muito fizeram pelos seus semelhantes. Vou começar pelos que faziam parte da minha família.
Silvestre Rossi era meu tio, e irmão de meu pai. Era ferroviário da Cia Mogiana. Muito humano fez com suas mãos e preces curas até difíceis de explicar. Colocava “no lugar” pernas, braços, cabeças, colunas, com um simples toque de suas mãos. Curava tosse comprida com muita rapidez.
Uma vez, eu estava com os olhos irritados. Parecia que tinha areia dentro deles. Depois de passar por um médico, indicado pela Cia Mogiana, onde eu era foguista, coloquei os colírios a critério médico, mas nada resolvia.
Então fui até a casa do meu tio Silvestre e contei a ele o que estava acontecendo. Cheguei a sua casa com os olhos protegidos, pois não podia com a menor claridade. Então ele me disse, tirando sua aliança de casamento do dedo: “abra bem os olhos, pois você está com um ramo de ar, e já vai ficar bom”.
Ele fez a sua prece fazendo várias cruzes com a aliança e me falou “vá lá fora e olhe para o sol”. Eu assim fiz e nada mais senti na vista, e eram 11:30 da manhã. Eu estava curado.
Assim como a mim, ele curou muita gente durante mais de 50 anos, sem cobrar nada. Um dia partiu e foi se encontrar com aquele que lhe dava tanta força. Deus nosso pai.