Biografia de Joaquim Osório Duque Estrada. Autor da letra do Hino Nacional.
Hoje, 29 de abril de 2008, comemoramos o 138° aniversário de nascimento de Joaquim Osório Duque Estrada, autor da letra do Hino Nacional. Assim, resolvi homenagear-lhe publicando a seguir, a sua biografia, ratificando o orgulho e a honra de fazer parte da Academia de Letras do município de Paty do Alferes, cujo patrono é o próprio.
O homenageado nasceu em Paty do Alferes, então distrito do município de Vassouras, RJ, em 29 de abril de 1870, e faleceu na data de 05 de fevereiro de 1927 na cidade do Rio de Janeiro. Eleito em 25 de novembro de 1915 para a cadeira nº 17 da Academia Brasileira de Letras, na sucessão de Silvio Romero, foi recebido em 25 de outubro de 1916 pelo acadêmico Coelho Neto.
Era filho do tenente-coronel Luís de Azeredo Coutinho Duque Estrada e de Mariana Delfim Duque Estrada e afilhado do general Osório, marquês do Herval. Estudou as primeiras letras na capital do antigo império, nos colégios Almeida Martins, Aquino e Meneses Vieira. Matriculou-se em 1882 no imperial Colégio Pedro II, onde recebeu o grau de bacharel em letras, no mês de dezembro de 1888. Em 1886, ao completar o 5º ano do curso, publicou o primeiro livro de versos, sob o título “Alvéolos”. Começou a colaborar na imprensa em 1887, escrevendo os primeiros ensaios na cidade do Rio de Janeiro, como um dos auxiliares de José do Patrocínio na campanha da abolição. Em 1888, alistou-se também nas fileiras republicanas ao lado de Silva Jardim, entrando para o Centro Lopes Trovão e o Clube Tiradentes, do qual foi o 2º secretário. No ano seguinte, foi para São Paulo com a finalidade de se matricular na Faculdade de Direito, entrando nesse mesmo ano para a redação do Diário Mercantil. Abdicou-se do curso de Direito em 1891 com a intenção de se dedicar à diplomacia, sendo então nomeado 2º secretário de legação no Paraguai, onde permaneceu por um ano. Regressando ao Brasil, abandonou de vez a carreira diplomática. Fixou residência em Minas Gerais, de 1883 a 1896, período em que redigiu o “Eco de Cataguazes”. Nos anos de 1896, 1899 e 1900, foi sucessivamente inspetor geral do ensino por concurso, bibliotecário do Estado do Rio de Janeiro e professor de francês do Ginásio de Petrópolis, cargo exercido até voltar para a cidade do Rio de Janeiro, em 1902, sendo nomeado regente interino da cadeira de História Geral do Brasil, no Colégio Pedro II.
Deixou o magistério em 1905, voltando a colaborar na imprensa, em quase todos os diários do Rio de Janeiro. Entrou para a redação do Correio da Manhã, em 1910, dirigindo-o por algum tempo durante a ausência de Edmundo Bittencourt e Leão Veloso. Foi nesse período que criou a seção de crítica “Registro Literário”, mantida de 1914 a 1917, no Correio da Manhã; de 1915 a 1917, no Imparcial; e de 1921 a 1924, no Jornal do Brasil. Uma boa parte de seus trabalhos desse período foi reunida em “Crítica e polêmica” (1924). Tornou-se crítico literário respeitado e temido. Gostava de polêmicas, e de todas as censuras elaboradas, nenhuma conseguiu dar-lhe renome na posteridade.
Como poeta, não fez nome literário, a não ser pela autoria da letra do Hino Nacional. Também pelo livro de estréia “Flora de Maio”, publicado aos 17 anos, com prefácio de Alberto de Oliveira, e que reunia poesias escritas até os 32 anos de idade. Revela sensível progresso na forma e na idéia. Conserva a feição dos poetas românticos, apesar de publicado em plena florescência do Parnasianismo, de que recebeu evidentes influxos, conservando, contudo, a essência romântica.
De Joaquim Osório Duque Estrada constam registradas as obras: “Alvéolos”, poesia (1887); “A aristocracia do espírito” (1889); “Flora de Maio”, poesia (1902); “O Norte”, impressões de viagem (1909); “Anita Garibaldi”, ópera-baile (1911); “A arte de fazer versos” (1912); “Dicionário de rimas ricas” (1915); “A Abolição", esboço histórico (1918); “Crítica e polêmica” (1924); e mais: “Noções elementares” de gramática portuguesa; “Questões de português”; “Guerra do Paraguai”; “História Universal”; “A alma portuguesa”. Encontram-se trabalhos na Revista Americana; em “O Mundo Literário”; na Revista da Língua Portuguesa e na Revista da Academia Brasileira de Letras.
Esta homenagem tem ainda a intenção de cientificar aos leitores (muitos desconhecem) a respeito do fato de que o autor da letra do Hino Nacional é natural do próspero município de Paty do Alferes, localizado no estado do Rio de Janeiro.
Fonte: Academia Brasileira de Letras - www.academia.org.br