Imre Kertész
Hoje terminei de ler uma especie de autobiografia
de Imre Kertész. Eu, um outro. Premio Nobel de literatura do ano 2002,
um homem incrívemente consciente, ele se pergunta, O que temes se sabe que és mortal. Lembrou-me de fernando Pessoa, no livro do desassossego, Estou completamente lúcido como se não existisse.
Aprendi com ele também, antes tarde do que nunca, que um escritor deve evitar tornar-se espirituoso quando não tiver o que dizer.
Um homem com uma história de sofrimento incomum e que parece não encontrar o seu lugar no mundo. Um estrangeiro em todos os lugares, um estrangeiro de si mesmo. Parece se sentir a vontade apenas no mundo das palavras e das idéias.
As vezes também me sinto assim.
Menos lúcido, muito menos sábio.
Talvez menos triste.
Mas, um estrangeiro