Isabella

Apenas o nome descreve a ingenuidade e a pureza,

que atravez de seu olhar encantava,

hoje não encantas mais...

Quem roubou os teus sonhos?

A criança que mora dentro de nós se inquieta em imaginar tanta crueldade.

Onde estão tuas brincadeiras,

Que por uma insanidade foi lançada ao vento...

teus brinquedos choram Isabella!

Minha alma criança também...

Pelas ruas vejo só tristeza: estão matando o futuro.

O que o destino nos reserva?

Homens crueis, cheios de magoas, rancor no coração...

Isabella, quem vai trazê-la de volta?

Nem o povo, nem a revolta, nem polícia, juíz o que seja...

Nada substituíra seu brilho,

Mais uma flor que morre no jardim da inocência.

Será que temos força pra resistir a tanta arrogância?

Será que somos capazes de lutar contra esse mal?

Não sei!

O medo toma conta da humanidade

Que entretanto se omite.

Isabella filha morreu!

Condenaram a morte Isabella mãe,

Isabella, quem sabe, professora, engenheira, advogada, médica,

sei lá!

Condenaram a Isabella cidadã...

A Isabella humana que Chorava, que ria, que brincava, cantava e alegrava o coração de quem a amava...

Isabella morreu e nasceu no mundo mais um coração de pedra, mais uma alma desesperançada, mais uma alma sem vida.

Esse ser enxerga tudo sem cor, não conhece o amor e despreza os sonhos.

Ai de mim frente a essa criatura,

que nem sabe se quer de onde veio.

Ai de mim coração entristecido,

Que chora e nem sabe o motivo.

Hoje foi Isabella, amanhã Maria

depois João...

Quantos nomes tão maravilhosos vamos manchar de sangue

e gravar em uma sepultura?

Quantos sonhos vamos deixar perdidos?

Esquecidos no passado de quem lutou para viver.

Isabella, querida Isabella,

nunca te olhei, nem te abracei,

mas sei que teu sorriso valia mais que todo ouro do mundo.

Perdesse a chance de nos mostrar suas conquistas,

embora tenhas ganhado a graça eterna...

Perdoa-nos pobres corações adultos que se julgam os corretos

e, no entanto, cometem barbaridades...

Perdoa a falta de compreensão, respeito ao próximo,

perdoa-nos por ter apagado seu brilho na terra...

Isabella, Maria ou João

ensina-nos a viver como crianças

e ter sempre esperança

dela nunca morrer...

Ensina-nos a amar simplesmente por que se é feliz assim...

ensina-nos a não matar o nosso futuro

que na tua lembrança se apresenta.

Esta poesia é dedicada a toda criança, ser iluminado por Deus, que por algum ato de barbaridade e desumanidade hoje já não se encontra mais aqui nos presenteando com seus encantos. A Isabella Oliveira Nardoni que só de olhar seu sorriso já era motivo de se apaixonar pela vida humana.