sístole de Flavinha.
Uma imagem pesa à memória
desse olhar perdido que me mostrara outrora
um rosto seco de lágrimas que rolaram por horas
e um desejo de tudo mudar
Onde eu a ouvia com tanto penar
de pensar como poderia ter deixado isso ir até onde foi
mas como seria se não chegasse onde chegou?
seria vergonha viver a vida como ela se mostrou?
novamente a imagem
você, no saguão do teatro contando-me o que houvera
senti que você estava pra dentro
como se falasse por falar, à esmo.
e agora a noite vira dia em ilha
e eu me reviro acordado
queria ter-lhe dito naquele instante
"talvez seja o destino ou talvez, tudo tenha que ser mudado."
mas nada, a não ser o tempo
teria tanto poder pra esse intento
de fazer as lágrimas contorcidas ao vento
desaparecerem em risos intensos