O CARTEIRO E O POETA

O CARTEIRO E O POETA

(EM HOMENAGEM A PABLO NERUDA)

Agora quem te fala é o teu poeta;

que está aqui como sempre estive mesmo no tempo que não me vias;

entre tantas curvas de linhas retas;

buscava-te quem nem cego tateando por estradas pedregosas e toda via.

ouso falar-te citando Neruda, mas quem sabe um dia?

ter a prosa do poeta das mulheres;

espero-te ainda encantado pelo canto da cotovia;

dando-te o meu amor e tudo mais que quiseres.

Não quero me comparar ao mestre do lirismo que tanto admiras;

mas mesmo assim ofereço-te a minha melodia tão singela;

e entre tantos os que te mantém sob mira;

eu sou aquele que simplesmente te ama, e nos meus humildes versos se revela.

Sou qual o simples carteiro que tanto sonha;

Que vivo das minhas pernas que caminha;

Andando por tantas ruas numa distância medonha;

Sonho o meu sonho que um dia serás minha.

Mas também tenho os meus ideais;

De luta e idéias pra conquistar um mundo novo;

E busco renovar-me na intensa e inquieta paz;

As montanhas do caminho, persistente eu as removo.

Na fé menor que o grão da semente da mostarda;

Confiante, sei que o que se quer chega, mesmo quando tarda.

PEDRO FERREIRA SANTOS (PETRUS)

21/04/08

Inspirado no filme do mesmo nome “O carteiro e o Poeta.”