A Flor Enigmática!
Em um recanto de poesias e letras nos esbarramos com surpresas, enígmas que por nossa sensibilidade se tornam emoções! Não poucas vezes lemos repetidas vezes um só texto, e não a procura de erros que possam nos ter ocorrido na primeira leitura, mas na busca de emoções escondidas em uma frase, ou em uma interpretação diferenciada de um poema! Emoção não é susto, é tudo que toca nosso interior, nos muda momentaneamente! E a cada sentimento emocional a leitura se torna diferente para quem lê. Se não fosse assim os comentários seriam formatos, todos iguais! Existem poetas enigmáticos, a exemplo aqui temos a “Flor Enigmática”... E ela existe?
Há uma década que fui presenteado por um artista plástico com uma tela detentora de vários prêmios, em todas as exposições obra foi inscrita com um nome diferete. Em uma se chamou “Piano”, a “Clarinetista” e chegou a ser chamada de “Solidão Musical”, e assim em mudou de nome em mais duas. Explico, trata-se de um óleo sobre tela que dá uma idéia de ambiente lúbrico, com grandes janelas de vidro e cortinas ao vento, e no centro de um grande salão mal iluminado está um piano e no banco do pianista, de costas para o instrumento, uma jovem de vestido e cabelos longos tocando uma clarineta. Na última exposição o meu amigo pintor desejava a apresentar novamente como “Piano”, mas já havia outra com este nome. E agora? Dei meu palpite; coloca ai “O Corvo”.
Sem pensar o artista aceitou o nome sugerido, e a tela mais uma vez foi premiada. Mas depois não deixou de me questionar onde eu havia visto o corvo na arte que ele fizera? O expliquei que na minha imaginação a qualquer momento um corvo entraria por uma das grandes janelas e pousaria sobre a tampa do piano aberta. De lá para cá o quadro valoriza a minha parede e de vez em quando o artista aparece com algum apreciador de artes, roubam meu cafezinho, olham e olham na espera do corvo aparecer. Nesta Semana Santa nã aperceu, pois fui mais longe do que aqueles que sobem o morro para ver Jesus Crucificado, fui dormir de quinta até sábado no topo da Serra de Monte Alto, ao lado de uma "casa de pedras" com mais de três mil anos! Do topo enxerguei mais acima o Deus vivo em cada obra enigmática de sua criação!
Que calma sem computador, telefone ou televisão, longe de um cara chato que cisma em me aborrecer com ofensivos e–mails, sem telefonar para Lula (para quem nunca telefonei e nem telefonarei, não faz meu genero), sem a televisão para me mostrar à menina torturada pela empresária Silvia, xará da minha ex-esposa, que em tempo já esquecido fez da minha cabeça canteiro de cornucópias. Que lamentável, quanta pena eu tenho delas, das duas Silvias! E que pena a justiça deve dar a ela, a nova Silvia? Eu que creio em Deus e não praticaria na criminosa o mesmo crime dela para com a inocente! Mas lá na serra reina a paz, e o biólogo de nosso passeio descobriu uma flor rara, bonita, diferente e enigmática. Ela existe não só no Recanto da Letras, ela é viva rodeada de outras vidas, e me remeteu a literatura. Você Flor Enigmática é indescritível, sei que linda, e ainda fotografarei nos dois juntinhos, eu te dando um beijo no pescoço, digo, no talo...
Meus pensamentos se misturaram, como um enigma!
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Homenagem a confreira de Recanto da Letras "Flor Enigmática", pois de fato pensei na Flor que não conheço a cheiar a flor que não conhecia... São estas flores que perfumam o Mundo, com suas letras e suas folhas!