Para uma grande companheira

Hoje perdi minha poodle Tabatha. Câncer de mama. Ainda é uma doença, muitas vezes implacável, como no caso dela. Tabatha tinha 14 anos, era branquinha feito neve, e muito simpática. Todos que a viam, imediatamente se apaixonavam com sua meiguice. Fiquei triste, minha filha e netos ficaram tristes, mas....é o ciclo natural da Vida.

Chegou num momento tenso,

de minha vida,

onde nada mais interessava

nem prazer me dava

Com seu olhar cândido

porém,

e jeito de andar balançando

como que dançando

fez de minha casa

sua platéia

e de meu coração

refém,

um escravo de sua atenção

Tão branquinha

e tão meiguinha

companheira de

tantos anos de

passeios e festejos

Hoje levou com ela

as lágrimas

da minha dor

e a impotência

dos meus desejos

Apertei-a

junto ao peito

no desespero de vê-la

partir sem mim

mas, num derradeiro gesto

mostrou-me com

todo seu amor canino:

como se a sorrir

estivesse

hoje não quero que venhas

vou passear sozinha

num caminho que é só meu...

lambeu-me a mão

fechou os olhos

e adormeceu....

acordou no paraíso...