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MAIS DA METADE DO RESTO DE MINHA VIDA!

 

Mais um aniversário...Parece brincadeira! Mas, foi ontem que eu fazia o primeiro décimo dessa contagem progressiva, inexorável, rápida! Voa... o tempo voa! Será essa a metade do tempo que me foi reservado nesta vida? Duvido! Feliz, ou infelizmente, não sei, a minha geração não chega a essa meta. Porém, se me fosse dada esta ventura, eu procuraria, então, usufruir da outra metade que me resta, de vida, fazendo tudo o que deixei passar na primeira metade dessa existência. Apenas para conhecer o outro lado da moeda, iria reverter uma situação, vivenciando as mais diversas experiências, dessa data em diante.

 

Tudo o que me fosse permitido, legal e moralmente – ou não? Porém, isso é mera especulação, em vista de todos os exageros cometidos durante os anos deliciosamente vividos que, certamente, não me permitirão viver essa outra metade fantasiosa... – E eu quero!?  E, porque essa façanha não será possível, então, eu me pergunto: Para quê mudar? Ganhei o jogo, sempre, e vou continuar com o mesmo time em campo! Reservo-me o direito de continuar a mesma pessoa que nasceu em um dia 08 de Março de...(o ano, eu vou omitir, por puro charme, porque sou Mulher), lá naquela pequena cidade, distante de tudo o que significava progresso, sozinha, eu e minha mãe - porque quando o médico chegou, eu já havia nascido - na pressa que tive de vir ao mundo.

Não me permitirei a constante vigília de meus passos, nem de meus atos. Ser natural, digna e honesta é o segredo de tudo. A perfeição não existe e, por mais que nos moldemos, ainda faltarão pontas a serem aparadas. Se achar que devo, as apararei.

 

Continuarei a trilhar a mesma linha torta, em diagonal que sempre me acompanhou. Serei mas forte, às vezes e, por outras, demonstrarei a fragilidade de sempre, sem medo de ser criticada ou cobrada. Continuarei amando, como o meu coração mandar e minhas necessidades exigirem... Não coibirei o meu amor, jamais! Serei sempre mulher, inconseqüente, contraditória, indefinida, forte, maluca, “barraqueira”, quando o momento exigir e terna, meiga, dócil, sonhadora, romântica, alegre e triste, que mente a si mesma, algumas vezes, pois detesta demonstrar suas fraquezas... Porque nasci mulher e é assim que é. Jamais me farei de vítima e poupar-me-ei de sofrimentos inúteis, quanto puder.

 

Uma Poeta contumaz, irreverente e irremediavelmente viciada em Poesia...

Em cantar o amor, em prosa e verso, mesmo que isso não agrade cem por cento a todos. A unanimidade não existe e,  se existisse, seria “burra”.

 

Procurarei conservar meus amigos e não cumprirei a promessa de afastar-me daqueles que, de alguma forma, me magoaram. Quem sou eu para atirar a primeira pedra, se eu mesma sou falha, erro constantemente e, às vezes, nem reconheço meus próprios erros? 

 

Quero continuar com meus devaneios, ouvindo Boleros românticos, World Music de qualidade, com meu MP4 ligado, sem a preocupação se estou sendo ridícula, com os microfones enfiados nos ouvidos, só porque não tenho mais vinte anos! E, se quiser ouvir Roberto Carlos, naqueles dias em que necessite reviver a minha adolescência, eu o farei, sem o menor problema em ser considerada “anti-intelectual”, porque estou ouvindo “Emoções”!

 

Continuarei usando tênis, porque me é muito mais confortável do que saltos altos, abrigos esportivos e camisetas. O sentir-se bem, é estar na moda, assim eu sou...

Vou chutar o balde, quando sentir necessidade e abrir meus braços, na hora certa e para a pessoa certa. A maledicência humana!? Não entrarei nesse desafio nulo!

 

Aos 40 estamos descartados para o mercado de trabalho e aos 50 já pertencemos à “terceira idade”. TERCEIRA IDADE... Quem quer que tenha estipulado essa linha divisória, ela sempre me soou estupidamente preconceituosa, discrimatória.

E, nem por isso, deixarei de sonhar com meus pés na areia branca da praia, caminhando e chutando a água morna à beira-mar, sonhando com meu amor, de mãos dadas, sorrindo do meu riso e sepultando o odiado pranto!

 

Não deixarei de viver o que sempre fez parte desta caminhada longa, apenas porque estou mais vivida, mais adulta e muito mais feliz! Não me permitirei abdicar de minha felicidade! Serei como sempre fui, com a mesma receita que tem dado certo! Não farei promessas de mudança, daquelas costumeiras quando estreamos uma nova idade, pois não as cumprirei. Que se danem os silogismos, a rotulagem e os eufemismos hipócritas! A vida é o que é, sem máscaras e truques!

É apenas o curso de seus dias! O cumprimento de sua jornada, de sua missão!

 

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   PARA MIM MESMA!!!