HOMENAGEM ÀS MULHERES NEGRAS

I

Do tempo das amas-de-leite,

das senzalas e mucambas,

Aind'há quem te desfeite,

(Do tempo das amas-de-leite)

quem deboche teus enfeites,

e te faça a vida tirana

Do tempo das amas-de-leite

das senzalas e mucambas.

II

Ser mulher e, negra, também ser,

é sentir, em dobro, a dor,

é lutar e sobreviver.

Ser mulher e, negra, também ser,

é por duas sempre valer,

é desdobrar o seu valor

Ser mulher e, negra, também ser,

é sentir, em dobro, a dor.

III

É guardar dentro do peito,

o grito da liberdade,

qual o mais doce confeito.

É guardar dentro do peito,

a esperança dum mundo feito

de paz e igualdade

É guardar dentro do peito,

o grito da liberdade.

IV

É ser sempre a guerreira,

vencendo obstáculos,

e tomando a dianteira.

É ser sempre a guerreira,

e vencer, à sua maneira,

desta vida os percalços

É ser sempre a guerreira,

vencendo obstáculos,

V

Mulher negra, negra mulher,

fica aqui esta homenagem,

de um poetinha qualquer.

Mulher negra, negra mulher,

venha o tempo que vier,

és sinônimo de coragem.

Mulher negra, negra mulher,

fica aqui esta homenagem.