DIA 8 DE MARÇO – DIA INTERNACIONAL DA MULHER

A gente precisava mesmo ter um dia só pra gente.

Um dia especial, em que a gente não tivesse que acordar cedo, chamar os filhos, fazer o café, servir, ajudar o menor a se vestir, já pensando no que fazer para o almoço; um dia em que a gente pudesse levantar com calma, tomar um banho demorado, pentear o cabelo se olhando no espelho, vestir uma roupa especial e sair para passear, ou ir ao cabeleireiro, ou entrar num shopping e comprar tudo que fosse bonito e que a gente precisasse, sem pensar em nada e em ninguém.

Sem se preocupar com horário, ou se aquele é o dinheiro da feira da semana;

Sem se preocupar com o trabalho, que é sempre para ontem e precisa ser bem feito porque do jeito que está o mercado a gente pode ficar sem ele;

Sem se preocupar se o filho comeu, se foi mesmo para a escola, se vai passar no vestibular, se está no bom caminho, se vai ser competente o bastante para ser feliz; se o marido está com problemas e pode perder o emprego, se está bem de saúde, se ainda gosta da gente;

Sem se preocupar com o rumo que está tomando a humanidade, cada vez mais materialista e sem religiosidade, individualista e indiferente diante de tanta fome, tanta miséria, tanta criança abandonada, apática frente à crescente violência.

É, mas este dia não seria Dia da Mulher.

O dia da gente é todo dia, com todas estas preocupações e ocupações a perder de vista.

O melhor presente, aquele que a gente deseja, é poder envelhecer com dignidade “esperança de óculos”, com nossos filhos “de cuca legal” criados, felizes, vivendo num mundo melhor.

É para isto que a gente trabalha tanto!

Um grande abraço a todas as mulheres que fazem da sua casa o seu País e deste País, a sua casa.

Lucia Elena Ferreira Leite