MINITA, amiga
Conheci Minita casualmente, foi um dia muito especial para nós duas, haja vista, podermos trocar idéias e comentários sobre a poesia. Na época ela estava totalmente envolvida com a publicação do seu primeiro livro de poemas, “O Pássaro e a Flor”, que como um filho querido estava pronto para nascer, mas, ainda restava acertar o valor do parto, e a maternidade onde o tão esperado rebento nasceria. Sou sua fiel amiga desde aquele momento, e hoje me sinto honrada em poder falar um pouco da autora e sua segunda obra, que de fato, desnuda a alma inquieta, amorosa, guerreira, amante mor da natureza e seus elementais, poetiza, artesã, mulher de muitas andanças, conhecedora da vida e do amor.
Num mundo pós-moderno cheio de violência, onde os valores, a ética e a cidadania são relegados, por vezes, ao um plano inferior, falar, sentir e vivenciar as coisas simples e naturais eleva a nossa alma ao criador, nos faz refletir enquanto seres humanos e nos coloca ao mesmo tempo no mundo mágico da fantasia e da imaginação...
Portanto, a poesia de Minita, é como um bálsamo que cura as feridas fétidas, é um alerta ao desmatamento, à morte dos rios, ao clamor da Mãe Terra, que ecoa seus gritos pelo mundo moribundo, pedindo socorro; é como a brisa leve no orvalho da manhã inundando as flores sempre cheias de orvalhos e inundadas de mistérios...
Num relacionamento intrínseco entre o homem e a natureza, a autora consegue com a sua visão poética realmente entrelaçar o vegetal, o animal e o homem, com o amor, a dor a felicidade que encontra nos pequenos gestos, na alegria, no sorriso, no olhar, no brilho do sol, no “choro dos peixes”, na poluição, no luar...
Coloca sentimento no seu fazer poético de tal forma, que transcende a razão em alguns determinados momentos como só os poetas e pessoas extremamente voltadas para o mundo interno conseguem fazer: ver além da efêmera vida material, da tecnologia e do maia, ou seja, da ilusão que envolve o ser humano no terceiro milênio e século XXI.
Que o leitor se deixe conduzir a essa viagem ao universo da poesia, pelas Asas Azuis da Borboleta e se envolva no frescor das brisas e perfumes das flores que permeiam cada letra e palavra desse livro que pretende somente levar a luz, a paz e a reflexão a todos que tiverem acesso à leitura que edifica e eleva.
Maria de Lurdes Mattos Dantas Barbosa.