Resposta a uma cisão

Prólogo: este texto, escrito para meu tesouro, filha querida Fabianne e a quem mais possa interessar, é a síntese do bem proporcionado por uma sólida estrutura cultural e familiar.

Afirmo que é necessário aprender a amar,

porquanto o amor também se aprende.

Vivemos em um mundo sofrido, desnaturado, onde as provações são cada vez mais difíceis de serem suportadas pelos que não têm a realização do sentimento que se liberta do egoísmo, que se transmuda em compaixão, em solidariedade, em amor sem medo da culpa, em compreensão.

Todos sabemos que: "o amor é um tesouro que mais se multiplica à medida que se reparte" (Citação), entretanto, digladiam-se os familiares, as famílias, os esposos, os amantes, os amigos, os patrões com os seus empregados, e até os que se desconhecem na busca irreprimida das realizações pessoais, alicerçadas na parvoíce, na cupidez provocada pelos objetivos irrealizados ou fracassos desmedidos, obliterantes, infames, interpessoais.

As relações afetivas são complexas, difíceis de se harmonizarem quando o amor que se deve oferecer ao próximo, sabemos, é conseqüência natural do amor que se reserva a si mesmo, sem cuja presença muito difícil será a realização plena do objetivo da afetividade.

Filha amada - e demais pessoas atormentadas - ... perguntas-me atarantada, confusa, sem saber o que fazer: - "Como poderei alterar esta paisagem de agonia em que me encontro, após decepção afetiva, pois o rancor quer dominar e corroer meu espírito como uma ferida crônica, enfermidade de mau caráter?"

Respondo emocionado, porém feliz, por me encontrar em condições excelsas de te dar uma resposta esperançosa, abalizada, inspiradora de sonhos com dourados estios:

- Amando a aflição! Quando se ama a objeção ela diminui de intensidade, quando se ama a vida ela se apresenta menos severa. O amor muda quem ama e altera para melhor o mundo em que vive.

Continua amando mais ainda, mesmo a distância, não apenas a ti mesma, mas principalmente aos obsessores, aos que te rejeitam, pois certamente são cordeiros sob duríssima, severa, porém sábia, e necessária provação divina.

Que o bondoso Deus possa ungir tua cabeça com a paz e luminosidade suficientes para compreenderes minhas palavras, as quais foram escritas sob forte emoção (Olhos lacrimejando...).