Não era um café comum...

...E nunca foi.

E quando acabou, ficou aquela impressão de que não saciei minha necessidade de todo. Nem metade. Nem 1/3...

E o tempo passa. A vida se encarrega de seguir seu próprio rumo e vontade.

O café acabou. A xícara tá lá, vazia. Esperando uma gota tua. Um pingo de esperança.

Estranho como o ambiente muda, as pessoas amadurecem, os pensamentos se esvaem. Mas você nunca se esvaiu de mim. Apesar de nunca ter me tido.

Daí, ficou aquele gosto de desejo e de futuro incerto. Sonhos amargos à noite. Solitários perambulantes da noite fria e cruel, lá fora... Sonhos loucos em meu travesseiro frio. Ao lado de quem nem conheço ao certo, por completo.

E na cama, não cabem mais que dois.

No coração cabem mais de mil.

Impressionante o valor de tempo e espaço, abstratos...

Sim, estou dizendo nada com nada hoje... Mas tua lembrança, em mim, é assim. Codificada e esfacelada, multifacetada e brilhante. Jamais esquecida ou apagada. É uma lembrança gostosa de lembrar. Querida de viver. Um dia, quem sabe...

A vida se encarrega, sempre, de seguir seu rumo próprio. E ela prega peças na gente. E como prega... E a gente aceita, o que nos resta.

...Nada consegue mudar o que ficou... E o que ficou marcou. E o que marcou... Não sai. Nem que eu quisesse e fizesse toda a força do mundo.

Ok. Xícara vazia de você.

Por enquanto...

Só por enquanto. Eu sigo assim.

E fim.

Sem fim.

Larissa Santos
Enviado por Larissa Santos em 27/01/2008
Código do texto: T835357
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