Não era um café comum...
...E nunca foi.
E quando acabou, ficou aquela impressão de que não saciei minha necessidade de todo. Nem metade. Nem 1/3...
E o tempo passa. A vida se encarrega de seguir seu próprio rumo e vontade.
O café acabou. A xícara tá lá, vazia. Esperando uma gota tua. Um pingo de esperança.
Estranho como o ambiente muda, as pessoas amadurecem, os pensamentos se esvaem. Mas você nunca se esvaiu de mim. Apesar de nunca ter me tido.
Daí, ficou aquele gosto de desejo e de futuro incerto. Sonhos amargos à noite. Solitários perambulantes da noite fria e cruel, lá fora... Sonhos loucos em meu travesseiro frio. Ao lado de quem nem conheço ao certo, por completo.
E na cama, não cabem mais que dois.
No coração cabem mais de mil.
Impressionante o valor de tempo e espaço, abstratos...
Sim, estou dizendo nada com nada hoje... Mas tua lembrança, em mim, é assim. Codificada e esfacelada, multifacetada e brilhante. Jamais esquecida ou apagada. É uma lembrança gostosa de lembrar. Querida de viver. Um dia, quem sabe...
A vida se encarrega, sempre, de seguir seu rumo próprio. E ela prega peças na gente. E como prega... E a gente aceita, o que nos resta.
...Nada consegue mudar o que ficou... E o que ficou marcou. E o que marcou... Não sai. Nem que eu quisesse e fizesse toda a força do mundo.
Ok. Xícara vazia de você.
Por enquanto...
Só por enquanto. Eu sigo assim.
E fim.
Sem fim.