AURORA DA VIDA
Vejo o amplo mar...
Minh'alma quer voar pelo infinito!
Dormirei à tarde, à sombra fresca da linda palmeira.
E em teus braços, camélia pálida, provarei de fogosos beijos!
Ó mocidade, o desejo me inflama por tão formosa mulher!
Pelos campos, anseio as belas flores contigo colher.
E sentir o aroma que exala teu seio virgem.
Em plena aurora da existência me encontro.
No paraíso deste mundo, minh'alma só quer estar contigo no leito macio!
Avisto um brilhante futuro que me espera.
Entretanto, uma voz terrível sentencia:
- Impossível! Adeus!
Minh'alma é um cisne de douradas plumas.
O talento brada-me n'alma:
- Avante! És um gênio!
Mas a voz sombria continua:
- Adeus! Terás o sono sob a pedra fria.
Vejo o porto nebuloso, e sempre noite, a eternidade...
Até a minha sombra soluça:
- Morrer! Morrer!
- Adeus, amada mulher!
Tenho agora, por futuro, a terra.
Na noite fria, a razão já me foge...
Escuto dobres de sino,
a voz da morte a lamentar.
Adeus, vida! Adeus, amor!
*Inspirado no poema "Mocidade e morte", de Castro Alves
Ana Carlota Rilho
Direitos autorais reservados
Lei 9.610/98
Revisora textual, Tradutora e Prefaciadora. Membro da Academia Virtual de Poetas da Língua Portuguesa (AVPLP) - Secções do Brasil e de Portugal, Acadêmica Imortal da Academia Mundial de Cultura e Literatura (AMCL), Imortal Fundadora da Confraria Internacional de Literatura e Artes (CILA), Acadêmica Vitalícia da ABMLP (Academia Biblioteca Mundial de Literatura y Poesía) e Acadêmica da AFGL (Academia Feminina Global de Letras).