DIONÍSIA, PRESENTE
Dionísia Gonçalves Pinto
Ou Nísia Floresta Brasileira
Uma mulher além do seu tempo
Que do feminismo foi pioneira.
No século XIX
Surgiu essa mulher
Que na época assustou
Por ser quem ela é.
Uma mulher de coragem
Que não tinha nenhum medo
Que desejava a mudança
Daquele tradicional enredo.
Linhas, agulhas e bastidor
Não faziam sentidos para ela
Livros, revistas e jornais
Eram os que pertenciam ao mundo dela.
Filha de português
E mãe brasileira
Com o apoio dessa família,
Criou uma identidade verdadeira.
Estudou em colégio carmelita
Aprendeu muito sobre o lar
Casou-se ainda criança
Como era de se esperar.
Mas Nísia nunca aceitou
O casamento hediondo
Poucos meses depois
Desfez-se daquele engodo.
Escrevia para jornais e revistas
Suas ideias positivistas
A emancipação da mulher
Na época, não era muito bem vista.
Teve como amigo, Auguste Comte
Ilustre filósofo francês
Que a considerou uma mulher forte
E nunca questionou a sua altivez.
Sua obra foi reconhecida
No mundo dos intelectuais
Sentou-se a mesa com abolicionistas
E não via os homens como rivais.
Com toda sua experiência
Fundou uma escola de meninas
Pois acreditava que a ciência
Libertava a alma feminina.
Nunca se intimidou
Diante de críticas machistas
Que a fizeram mais forte
Para enfrentar os chauvinistas.
Infelizmente, a emancipação feminina
Que Nísia tanto lutou
Hoje, dois séculos depois
Ainda não se concretizou.
Quantas Nísias terão que se levantar
Para que o mundo entenda
De uma vez para sempre
Que a mulher sabe onde é o seu lugar?
Homenagem a primeira feminista brasileira; Que sem sua luta, quiçá, ainda estaríamos sem o direito garantido de estudar, falar, votar, estar...