A POETISA CIRCENSE
Para quem não a conhece
Dela eu vou falar agora,
Mulher linda que merece
O carinho a toda hora.
Quando ela veio ao mundo
Seu destino foi traçado,
E o sofrimento profundo,
Que caminhou ao seu lado.
Maria Aparecida,
Era o nome de solteira,
Que nas bodas recebeu
O sobrenome Nogueira.
Desde muito pequenina
No circo se engajou,
Padeceu, pobre menina,
Mas não desencorajou.
Beleza reconhecida,
E o talento natural,
Fizeram de Aparecida
Do circo a principal,
Atração que despertava
Os suspiros e os amores,
Mas só ela suportava
O sofrimento, as dores.
Famosa e viajando
Por toda Minas Gerais,
Aonde o circo ia passando
Não a esqueciam jamais.
Mas chegou o casamento
E a vida toda mudou,
Com ele mais sofrimento,
Que a circense suportou.
Ela foi discriminada
Pela sociedade de então
E agüentou resignada
Não perdeu sua razão.
Do circo só a saudade
Que nunca a abandonou,
Aplausos da mocidade
Que no coração guardou.
O palco era a paixão
Da atriz e trapezista,
Que viveu com emoção
A sua vida de artista.
Com oitenta e nove anos
Hoje ela vive só,
Aprendeu com os desenganos.
Tem seus filhos, é avó.
Para o teatro voltou
E representa com alegria,
Entre escritores e artistas
Que lhe fazem companhia.
É um exemplo de coragem
De força e resignação
E aqui nesta homenagem,
A beijo com emoção.
Receba meu abraço carinhoso, Maria Aparecida Nogueira.
Que Deus a abençoe.
Querida amiga Fernanda Araújo (Lúcia), obrigada por publicar a história da Aparecida em suas páginas. Obrigada por enviar-me a foto dessa bonita mulher.