DIA DA CONSCIÊNCIA NEGRA
DIA DA CONSCIÊNCIA NEGRA
Hoje, dia 20/11/2024, é o primeiro feriado nacional em homenagem à consciência negra no Brasil.
O que fico a questionar é a necessidade de ter um feriado dedicado a algo que não deveria nem existir: conscientizar as pessoas a existência e importância dos negros. Essa conscientização é natural. Todos nós somos seres humanos, iguais perante Deus e os homens. Não há diferença a não ser a cor da pele, que não é nada. A cor da pele é apenas uma forma que Deus resolveu colocar essa diferença nas pessoas que era pra ver até onde iria a crueldade e a capacidade do homem, ser humano, que ele criou, e fugiu do Seu controle.
Sabemos que ainda há um preconceito, uma discriminação, muitas vezes velada, mas ainda há. Eu atribuo essa discriminação, mesmo com tanta publicidade, tantas palestras, tantos recursos midiáticos comentando e fortalecendo a ideia de que não deve existir, pois somos todos iguais, a algo que já vem lá desde quando Deus criou o homem e quis provar – é mais uma provação, provocação, de Deus para o homem, ser humano – como as pessoas reagiriam com alguém diferente de sua cor. Não tem outra explicação para toda essa permanência secular de algo todos sabemos sermos apenas pessoas, seres humanos, iguais em tudo.
Um colega professor de história me contou uma história, de estudos realizados por algum historiador, que a cor da pele e o cabelo foram se modificando pois lá nas antiguidades – ele deu o tempo, mas não recordo – os homens se discriminavam por motivos de trabalho, e aqueles que não rendiam, não produziam, ficavam fora das cavernas, e assim, o sol foi escurecendo suas peles e os cabelos se transformando em carapinhas para proteger o couro cabeludo e o cérebro – que é a nossa máquina da vida – evitando danos, bem como o porte físico, com ossos mais fortes para suportarem as intempéries. E isso atingiu a genética e foi passando para todas as gerações. Até achei interessante a colocação dele, mas ainda fico com a ideia – minha ideia, nunca li em nada sobre isso que tenha sido Deus – de que foi Deus para colocar os homens à prova. Não me venham chamar e comentar que estou sendo preconceituoso citando homens, mas todos nós sabemos que quando dizemos homens, não estamos falando, em alguns momentos, como esse que estou escrevendo, o gênero e sim a espécie – só para esclarecer.
Assim como também sou absolutamente contra as cotas ou quotas, para ingressarem em serviços públicos, em universidades e tudo o mais, demonstrando como se eles, os negros, não tivessem capacidade para conseguirem por suas próprias e reais capacidades. Todos nós temos a mesma capacidade intelectual, basta nos dedicarmos, nos esforçarmos, estudarmos e buscarmos tudo aquilo que for necessário para alcançarmos o que queremos, em igualdade. Nada de diferenciação, visto que, somos todos iguais. Então deveria ter quotas para os pobres que não conseguem estudar em escolas particulares e ficam em desigualdade de conhecimento escolar, mas não intelectual, porque, basta um esforço maior e o pobre pode conseguir alcançar o que quer sem precisar se vitimizar. Sei que vou causar alvoroço, descontentamento e contrariedade no que vou escrever, mas no meu ponto de vista, tudo isso é vitimização e uma forma de conseguir as coisas de forma mais fácil, se aproveitando da situação que muitos ainda tem com relação ao racismo.
Tive uma babá que cuidou dos meus filhos por 9 anos, quando eram pequenos, ela era negra e ela não namorava negros, só brancos, e dizia que não gostava de negros. Então é algo que existe até entre eles. Eu tive uma, digamos, namoradinha de colégio, quando fui estudar em Porto Alegre, no colégio Júlio de Castilhos (Julinho), e ela era uma mulata bem mulata mesmo, linda, passista da Imperadores do Samba, que todos diziam como eu tinha conseguido ficar com ela, porque eu não tinha malandragem alguma, guri do interior, que só queria ler e estudar enquanto eles ficavam azucrinando, e ela me conquistou, e ela dizia que gostou de mim porque não a via como um monumento e sim como pessoa, e que pessoa maravilhosa que era. Mas quando voltamos das férias, fiquei sabendo que havia morrido ao tirar um quisto ao lado do umbigo.
Não há racismo quando o nosso coração e nossa mente, nossos pensamentos não avaliam as pessoas pela cor, e nem os olhos veem com diferença por serem de cor diferente. Reitero o que já disse: somos todos iguais perante Deus. Podem haver certas características que nos diferem, assim como em todos nós. Mas não por serem de cor diferente, mas porque assim são os seres humanos: com muitas diferenças, embora tenhamos todos o mesmo corpo, os mesmos órgãos, os mesmos sentidos. Não existe, nem gêmeos univitelinos perfeitamente iguais, sempre vai ter alguma diferença, mesmo que imperceptível. Sendo assim, tudo seria preconceito e deveria haver data especial, tratamento especial , mas não tem, porque é tudo normal. Então porque esta diferença com relação a negritude das pessoas?
Dei um intervalo para almoçar, e nesse tempo li uma publicação no Facebook de uma mulher negra que escreveu uma linda crônica, muito bem escrita, muitas argumentações plausíveis e explicativas, além de bem justificadas, no final dizendo-se ser negra e que iria aproveitar o dia que é de direito dela. E tem mesmo que aproveitar, curtir pois esse dia foi criado exatamente para isso, para que todos possamos ter um tempo para pensar, o dia todo, na tal consciência negra. Pode ser, que daqui alguns anos com esse feriado ser insistentemente obedecido e sempre com comemorações e manifestações nesse sentido, de saudar, comemorar, homenagear e principalmente nos conscientizar lembrando-nos de que os negros são pessoas, que a discriminação racial diminua, quiçá, acabe.
Sou absolutamente contra o racismo, como já devem ter percebido, mas penso que os próprios negros praticam mais o racismo em relação a eles mesmos, do que os próprios brancos em relação aos negros. Nunca entendi, desde pequeno, quando escutava comentários e reações de pessoas em relação aos negros porque aquilo acontecia. Não conseguia ver a cor neles como um fator diferenciador. Pra mim, eles sempre foram pessoas assim como nós todos somos. Quando isso começou? Quem começou com essa discriminação?
Sabemos que os negros desde sempre foi um povo escravizado, discriminados ao extremo, tratados como bicho, seletivados e tantas atrocidades mais que foram acometidos desde que o mundo é mundo. Mas hoje, embora ainda tenha, embora ainda aconteça, porém em escala bem menor a discriminação, eles não tem que se sentir inferiorizados, não tem que pensar serem inferiores, pois somos todos iguais, e eles estão imbuídos em todos os lugares, com posições de destaque em todos os setores e segmentos no mundo, mostrando aos idiotas que se acham superiores, terem condições de serem o que quiserem e estarem onde quiserem, basta ter força, coragem, inteligência e saiba buscar o que é melhor para si.
Assim é para todas as pessoas, não importa se é branco ou negro.
Todos temos um lugar ao sol, pois somos, todos, filhos de Deus.
Para finalizar: esse dia, O DIA DA CONSCIÊNCIA NEGRA, não deveria existir, mas existe e deve existir para que essas pessoas que ainda, em pleno século XXI, cometam e praticam a discriminação, se redimam e entendam que, sendo assim, são vermes que não merecem a bondade divina.
JOSÉ FERNANDO MENDES – 20/11/2024 – 15h16