Consciência Infantil

 

 

Santa Inocência

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Brincavam as duas, alegremente, no quintal.

Um velocípede surrado servia de transporte para elas.

Enquanto todos conversavam dentro da casa, não percebiam o quanto aquele momento era importante pr’as meninas. Percebi que o papo lá fora estava animado, faziam perguntas de suas vidas (que contavam apenas com três anos vividos), mas o suficiente para construir alguns pequenos conceitos e, surgir as primeiras dúvidas.

Da janela da cozinha me peguei a espiar, encantada com aquela cena, que trazia-me tão boas lembranças. Prendi a respiração ao ouvir uma pergunta:

__Ana Clara, por que você é assim ?

__Assim como ?

__Sem tinta, ué !!!

Ana Clara, parou, olhou seu bracinho, colocou-o colado ao da amiguinha Luana e disse :

__Ahhh, Luana, então você não sabe ?

quando eu nasci minha mãe não encontrou tinta para me pintar e meu pai não estava aqui na hora para ir comprar !

 

Dando-se por satisfeita, Luana pôs-se a sorrir e pedalar o velocípede e encontraram logo outro assunto.

 

 

 

 

Eny Miranda
Enviado por Eny Miranda em 20/11/2024
Código do texto: T8201036
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