Mario Quintana & Manoel de Barros

Quando a gente gosta de poesia, todo poema é bem-vindo, todo autor é admirado. Entretanto, cada um de nós se identifica mais, com um ou outro autor. No meu caso, Mário Quintana e Manoel de Barros, são os meus prediletos. O Quintana, com sua simplicidade, usando de um modo popular, para transformar o ordinário, para tantos, quase sem valor, em algo extraordinário, de valor inestimado.

Já o Manoel de Barros descreveu inteligentemente as coisas miúdas, abusando dos seus neologismos que sempre me fascinaram, dando para mim, um entendimento diferenciado e singular de sua poesia.

Assim, e por eles, escrevi certa vez, um poema para cada um deles, como agradecimento pelo e tanto que representaram e representam, os poetas brasileiros.

TRIBUTO A MARIO QUINTANA

Psicopatia iluminada

Paulo César Coelho em: 28/05/2007

Andam dizendo por aí, que sou louco

Um psicopata da ilusão! Dizem que alicio

Seduzo, produzo sentimentos em vão.

Dizem que sou louco!

Louco é... Quem sente pouco

É quem tem cicatriz nenhuma

Coração fechado, alma de graúna.

É quem disfarça entre um riso e outro

A mágoa do próprio desgosto

Do não sentir por vez alguma

O florir de uma paixão!

Andam dizendo por aí, que sou louco

Um psicopata da ilusão!

Psicopata é... Quem sente nada!

Nada o afeta! Nenhuma lágrima floresce

Nenhum sentimento cresce, diante

A magia do poeta.

TRIBUTO A MANOEL DE BARROS

Voa alto passarinho

Paulo César Coelho em: 16/11/2014

O poeta foi embora...

Foi morar em outros jardins

Deixou por aqui seu canto

Poetando para tantos

Entre flores de jasmins.

Vai Poeta... Voa alto passarinho

Segue a vida construindo ninhos

Para o "Manoel-de-Barro" morar.

Palavra por palavra, fiapos

De algum verso. Voa Manoel

Vai tecer outros poemas

Nas ternuras lá do céu.

Vai Poeta... Voa alto passarinho

Segue a vida construindo ninhos

Para o "Manoel de Barros", voltar!

Paulo Cesar Coelho
Enviado por Paulo Cesar Coelho em 15/11/2024
Código do texto: T8197281
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