Diálogo poético com Florbela Espanca _ Soneto: Vaidade

Vaidade

Sonho que sou a Poetisa eleita,

Aquela que diz tudo e tudo sabe,

Que tem a inspiração pura e perfeita,

Que reúne num verso a imensidade!

Sonho que um verso meu tem claridade

Para encher todo o mundo! E que deleita

Mesmo aqueles que morrem de saudade!

Mesmo os de alma profunda e insatisfeita!

Sonho que sou Alguém cá neste mundo...

Aquela de saber vasto e profundo,

Aos pés de quem a terra anda curvada!

E quando mais no céu eu vou sonhando,

E quando mais no alto ando voando,

Acordo do meu sonho... E não sou nada!...

(Florbela Espanca)

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Sonho que sou poetisa e escritora

A que sabe manejar seus devaneios

Que sempre os dá vida, a cada aurora

A fim de abraçar universos alheios

Sonho que meus versos possam iluminar

Aquele que carece de um amparo

Mesmo os capazes de tudo suportar

Mesmo o iconoclasta e o bárbaro

Sonho que alguém nesse grande universo

Que em sua essência seja tão intenso

Qual esta que no peito arde a flama

Pois quanto mais nesta sina, me rendo

E quanto mais, sigo nela escrevendo

Mais anônima!... mas o dever me chama

(Giselle Vitorino)

Fênix Arte
Enviado por Fênix Arte em 14/11/2024
Reeditado em 14/11/2024
Código do texto: T8196377
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