Thomas Merton: homenagem póstuma no Brasil
Minha admiração a Thomas Merton vem desde a leitura de Os Convertidos do século XX. Aí há a vida e obra de T. Merton. Ademais, a sua genialidade está no seu espírito ecumênico, comunicativo em várias línguas ou poliglota, afabilidade, humildade e simplicidade, versatilidade (estar na vida do clauto sem se alienar da filosofia e demandas das sociedades complexas: ocidentais e orientais, bondade e perdão. Desse modo, viveu fraternalmente o Evangelho e o Kerigma. Era o coração ❤️ no amor, pés na História, mais na acolhida e mente pronta para ser bom e ponderado. Seu exemplo irradiava ternura é vigor. Extrapolava a fé e abraçava a todos por simpatia e paz. ________
Em minha pesquisa, destaco as linhas mestras da visão de Thomas Merton: 1. Esforço de apresentar a Teologia do Verdadeiro eu; 2. O eu no encontro com Deus se descobre como sentido, propósito, projeto e transfiguração, 3. O fulcro por que o eu caminha até Deus é a Divinização da humanidade, da qual o eu é parte essencial; 4. Isso confere e autêntica no eu uma experiênciamística: a oração e contemplação como mergulho na Misericórdia de Deus; 5. Essa culminância entre Eu e Deus é processual e constitui o Kairos: momento de graça, gratuidade,
Ágape... A pessoa vive a felicidade de existir em sucontingência a e finitude; Não há felicidade sem Amor puro e transcendente, oblação ou oferta de si, solicitude, perdão, paz interior, desapego das coisas e das criaturas ou liberdade de espírito; 6. Para persistir nessa itinerância espiritual ou ascese, a pessoa se autoconhece e medita, guiado pelo Espírito Santo, doado por Jesus; 7. Nem tudo são flores, há espinhos, provações, incompreensões, perseguições... A alma se sente angustiada por estar no exílio, longe de Deus. Tudo parece sem sabor, deserto... pesa-lhe a carne, o instinto, o mundo... A pessoa se sente como Jesus no Jardim das Oliveiras. A Cruz pesa! A alma fica triste com seu pecado, sente-se abandono de Deus como Jesus na sua condição bem humana. 8. A morte se acena com o mistério desse exílio, parceira silenciosa, agora se mostra. Contudo, a alma não deixa que a morte e Cruz se rimem ou se reduzam a engodo, vazio, fim da estrada; nada de falácia do diabo, para confundir a alma e retroceder à via do pecado e do comodismo, da revolta e indiferença. 9. Da Cruz, brilha as Bem-aventuranças, o sentido da Ressurreição, a Fortaleza do Espírito Santo, a Coragem e a Persistência do Seguimento ou do Discipulado: o Mestre Jesus conduz qual Pastor, Rocha, Salvador a alma ao seu "Teleos" (no grego, finalidade), sua conclusão eterna e feliz, a recompensa só será do Justo (Sabedoria 2, 18-24); 10. A alma vence a si como o Mestre ao mundo: nosso lugar é o Céu, com Comunhão dos Santos e dos Anjos bons. Pois a felicidade que experimentamos ao servir Jesus é buscar o Homem Novo, que se consolida na Koinonia ou Comunhão que nos une.. Aí "Deus será tudo em todos": Paz, Plenitude, Ágape... ---------- Penso e pondero que a Autobiografia de Thomas Merton em "A Montanha de 7 Patamares" merece cuidadosa contextualização. Depois, a leitura proativa focalizara o valor da obra na receptação como uma espécie de coautoria de segunda instância, fora da inscrição formal ou mercadológica. Finalmente, a produção da obra pode troduzir diferentes efeitos em cada perfil de leitores. Dito isso, T. Merton escreveu essa obra aos 26 anos, depois de alguns projetos e profissões já vivenciados. Talvez a simbologia de 7 patamares e a referência "A Montanha" nos provoca a repensar a opção radical de um jovem deixar quase tudo para ser um trapista. Do ponto de vista de um jovem envolvido com a vida, a escolha parece uma loucura ou uma lição relevante. Além disso, o próprio T. Merton escreve de si mesmo. Aqui, a recepção pode ter sucesso pu não dependendo de quem ler ou gostar de ler o estilo de Thomas Merton, seja como filósofo e poeta, seja como místico e narrador de sua história de vida, entre seu nascer em 1915 e o futuro monge trapista. -----